Nos primeiros cinco meses do ano, 3.660 veículos foram levados pelos marginais. Destes, 1.941 veículos foram furtados e 1.719 roubados. O delegado Itiro Hastitani, titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, considera o número aceitável, levando em consideração que, em média, 24 carros são retirados de circulação pelos marginais diariamente. "A média é a mesma de 1991. A diferença que naquela época a frota em Curitiba era de 467.396 e hoje temos 860 mil carros circulando diariamente", salientou o delegado.
Itiro explica que houve uma redução dos índices comparados ao início deste ano. O segredo, para o delegado, são as operações desenvolvidas para coibir o comércio ilícito de automóveis. De março para cá, foram nove operações. Os policiais fizeram barreiras, vistoriaram feiras de automóveis, revendas de motocicletas e veículos e postos de combustíveis. "Se colocarmos os receptadores atrás das grades, diminuiremos o furto e o roubo de veículos", acredita o delegado.
Ele explica o sucesso, lembrando que nos últimos dez anos o índice mais baixo foi em 2000, quando aconteceu no Paraná a CPI do Narcotráfico. Na época, foram fechados os dois maiores desmanches de Curitiba, pertencentes a Paulo Mandelli, que está com prisão decretada e ainda foragido, e Juarez França, o "Caboclinho", que está preso por homicídio.
Operações
Nos dias 9, 10, 11 e 15 de março foi realizada a Operação Barreira, no Jardim Social, Barreirinha, Bigorilho, Cabral e Juvevê. A intenção era interceptar os veículos levados para a região do Alto Maracanã, onde há uma grande quantidade de ladrões que vem para Curitiba, furtam e roubam carros e levam para os bairros do Monte Castelo e Guaraituba, em Colombo, onde os veículos tem equipamentos retirados e depois são queimados. O local é um dos maiores cemitérios de carros de Curitiba e o maior problema enfrentado pela polícia é que a maioria dos ladrões é de menores de 18 anos. "Estamos desenvolvendo outras operações para combater a criminalidade nesta região", avisou Itiro. "Todas as operações deram ótimos resultados", avaliou.
Ele salientou que os furtos e roubos de motocicletas, atualmente, representam um grande problema para a polícia, pois correspondem a 30% da ocorrências diárias.
Dicas contra marginais
O delegado Itiro Hashitani dá conselhos para evitar furtos e roubos. Avisa que o motorista sempre deve estar alerta ao que acontece do lado de fora do veículo, já que, normalmente, os marginais costumam atacar pessoas que estão distraídas ou conversando. os bandidos sempre vão nos motoristas que estão com as portas destravadas e os vidros abertos. "Eles escolhem o que é mais fácil", ressalta Itiro. O insulfilme costuma confundir os marginais. "Você inverte o elemento surpresa", afirma.
À noite, o delegado aconselha os motoristas a escolherem a faixa do meio e dentro do possível evitar parar em sinaleiros. "O motorista deve calcular a velocidade para ficar o menor tempo possível parado na rua. Outro momento escolhido pelos marginais para o ataque é quando os motoristas chegam em casa. "É bom observar para ver se não há alguém estranho escondido. Se notar algo diferente o ideal é dar uma volta e acionar a polícia", argumentou Itiro.
Ele disse que é melhor não estacionar carros em locais ermos e escuros. "Dentro do possível é bom não despertar a cobiça, evitando deixar objetos de valor dentro dos veículos", enfatizou o policial.