Morte de garçom é investigada pela DH

O delegado Stélio Machado, titular da Delegacia de Homicídios, afirmou ontem que continuará investigando a morte do garçom Jonis Proença, de 21 anos, que foi baleado durante troca de tiros entre a Polícia Militar e um assaltante. Policiais militares que participaram da ocorrência deveriam ter se apresentado na tarde de quarta-feira na DH, onde seriam ouvidos pelo delegado e entregariam as armas utilizadas na ocorrência, mas não compareceram. O tiroteio, que ocorreu na segunda-feira à tarde, na CIC, perto de uma agência bancária, resultou também em um inocente baleado – amigo do garçom morto. Os dois assaltantes, que haviam abordado uma empresária para praticar seqüestro-relâmpago e obrigá-la a fazer saques bancários, conseguiram escapar do cerco policial.

Para o delegado, o fato de a Polícia Militar ter instaurado inquérito (IPM) para apurar o caso não interfere nem impede que a DH apure as circunstâncias e a responsabilidade pela morte do garçom. “O inquérito está instaurado e vai correr como qualquer outro. Estou cumprindo minha obrigação. A apuração de um homicídio é de competência da Justiça comum, como já ocorreu em inúmeros outros casos de mortes ocorridas durante abordagens feitas por policiais, tanto militares quanto civis”, observou. “Se o comando da PM não entende assim, é preciso que reveja sua posição e a própria credibilidade da corporação, que está em jogo nesse caso”.

Grave

Stélio Machado ressaltou que o fato é grave, porque a bala que matou Jonys pode ter partido da arma de um policial. O delegado lembrou que o Fiat Pálio da empresária seqüestrada ficou crivado de balas, mas ainda não há comprovação de que algum projétil tenha partido de dentro para fora do carro, ou seja, da arma do assaltante, que fugiu quando percebeu a chegada das viaturas. A perícia recolheu no local alguns projéteis de pistola ponto 40, arma de uso da polícia.

Ao contrário do que foi divulgado inicialmente pela PM, havia apenas um bandido no veículo quando a polícia chegou. O outro assaltante estava dentro da agência bancária, vigiando a empresária Edinéia dos Santos, que havia sido seqüestrada pela dupla pouco antes, na residência dela. Os policiais, que foram chamados porque o caixa do banco percebeu o nervosismo de Edinéia ao retirar dinheiro, tinham dito que os dois assaltantes estavam no carro junto com a vítima quando houve o tiroteio.

De acordo com o capitão Everson Martins, quatro policiais do 13.º Batalhão participaram da perseguição ao Fiat Pálio de Edinéia. Eles foram afastados das funções e permanecem em trabalhos internos dentro do quartel.

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