Menino entrega mãe por vender drogas no interior de São Paulo

A ingenuidade de uma criança acabou ajudando a Polícia Militar a prender um casal por tráfico de drogas. O caso aconteceu na última sexta-feira (11) em Cruzeiro, interior de São Paulo, na divisa com o Estado do Rio de Janeiro.

Os policiais receberam denúncia anônima de que em uma casa localizada na Vila Brasil, periferia da cidade, um casal vendia drogas.

Seguindo a rotina do trabalho, os soldados foram até o local para checar a denúncia e perceberam que no imóvel em que morava o casal havia pessoas entrando e saindo. Ao chegarem na casa, foram atendidos por um menino de oito anos. Segundo a PM, ao atender os policiais, ainda na porta, o menino se apressou em defender a mãe. "Olha, o que minha mãe vende não é dela não. Ela não usa droga, só vende!". O garoto ainda contou para quem a mãe "trabalhava", informando aos policiais o nome de uma mulher que morava em outro bairro.

O pai do menino, o operário de prenome Alex Sandro, se aproximou em seguida e permitiu que os policiais entrassem na casa para uma vistoria. O garoto mais uma vez ajudou a PM e indicou onde a droga estava guardada. "Minha mãe guarda as pedras ali", mostrando o colchão em que o casal dormia, depois o armário da cozinha e um sofá na sala.

No imóvel, foram encontradas 80 pedras de crack espalhadas pelos esconderijos apontados pela criança, além de R$ 630 em notas.

Diante da entrega do filho, o dono da casa e a mãe do menino, a faxineira de prenome Isabel, acabaram confessando o crime. "Eles disseram que vendiam droga porque precisavam de dinheiro", informou o delegado Alexandre de Castro, da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecente (Dise).

Ao ver o casal preso, o menino chorou, segundo relato dos policiais militares, e foi levado para a casa da avó materna, junto com um irmão mais novo. A mãe foi encaminhada para a cadeia feminina de Queluz, cidade vizinha, o pai ficou preso em Cruzeiro.

Toda ação foi registrada e a gravação encaminhada nesta segunda-feira (14) para a Polícia Civil de Cruzeiro. "Não podemos revelar o nome da mulher citada, pois ainda estamos investigando", informou o delegado. Para Castro, o fato de crianças ajudarem em abordagens feitas pela polícia não é raro. "Sempre acontece. As crianças normalmente não sabem o que está ocorrendo e na inocência acabam entregando os familiares".

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