Megavigarista e seus cúmplices ainda presos

O megavigarista Neviton Pretty Caetano, 52 anos, os jornalistas José Diniz, 38, e Edson Silvestre: o policial militar Claudionei de Souza Alexandre, 33, e o motorista Márcio Antônio dos Santos irão passar as festas de Natal e de Ano-Novo atrás das grades. Eles tiveram mais um mandado de prisão decretado por extorsão e estelionato. Desta vez, pelo juiz Santa Cruz Arruda, da 4.ª Vara Criminal de Curitiba. O grupo é acusado de tentar extorquir uma imobiliária de Curitiba sob a ameaça de convencer os "clientes" a pararem de quitar as prestações de terrenos adquiridos, o que causaria um prejuízo incalculável à empresa.

Este já é o terceiro mandado de prisão decretado pela Justiça contra Neviton, que é dono da empresa Vera Cruz Empreendimentos e Assessoria e do site www.tvinjustiça.com. Com uma ficha criminal invejável, Neviton foi preso no dia 7 de maio, em seu escritório que funcionava na Rua Ébano Pereira, no centro, por policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). Ele estava com mandado expedido pela Justiça, sob a acusação de extorquir um executivo da capital. De acordo com a denúncia do Ministério Público, os estelionatários gravaram matérias, com cunho jornalístico, com uma ex-namorada do executivo e passaram a veicular no site. Depois passaram a exigir R$ 300 mil do executivo para retirar as matérias da internet. Pesavam sob Neviton, os jornalistas José Diniz e Edson Silvestre, o policial militar Claudionei e o motorista Márcio, as acusações de extorsão, cárcere privado e formação de quadrilha.

No processo, que tramita na 3.ª Vara Criminal, contra o quinteto e ainda o segurança Cornélio de Souza Alexandre, 33, há relatos das vítimas de que o bando manteve como refém a ex-namorada do executivo em uma chácara, sob vigilância armada de Márcio, Cornélio e do policial militar Claudionei. Segundo a moça, os jornalistas participaram do constrangimento imposto sob ameaça, obrigando-a a dar entrevistas com declarações falsas, para que a matéria fosse usada para a extorsão do executivo. Outra vítima, acusa o jornalista José Diniz de estar presente na sala, no momento em que Neviton exigiu dinheiro para retirar a matéria do site.

Além desta ação penal, em julho deste ano, Neviton já respondia mais dois processos. Um deles era referente à extorsão do proprietário de uma mineradora, em Campo Largo, onde teve prisão decretada, pela 6.ª Vara Criminal, e o outro era contra o dono da imobiliária. No caso, da mineradora, a advogada Andressa Maria Beotoni, 28, também é acusada de envolvimento. O mandado de prisão da advogada foi decretado em maio deste ano, mas dias depois ela conseguiu um alvará de soltura, para responder o processo em liberdade. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), secção Paraná, também abriu procedimento para investigar Andressa, mas segundo informações, ela continua atuando. A advogada é acusada de chefiar um grupo de advogados recém-formados e lesar mais de 40 mil pessoas, usando a empresa Vera Cruz Empreendimentos. O grupo prometia tirar o nome das vítimas do Seproc e do Serasa, além de reduzir valores de financiamentos, mas em muitos casos, não chegaram a impetrar com ações na Justiça, apenas receberam o dinheiro das vítimas.

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