Medo atormenta quem passa pela Praça Tiradentes

As manhãs na Praça Tiradentes, especificamente na Alameda José Bonifácio, estão cada vez mais desagradáveis. Passar pelo local até as 9h é bastante arriscado. Isso porque nem a luz do dia, nem a vista de quem trabalha na região, tampouco a presença da polícia, intimidam os meliantes que passam drogas, assaltam e amedrontam as pessoas.

Para o vigia da catedral, José Maria, ?naquele beco os assaltos são freqüentes. Ali fica cheio de malandro: eles usam crack, tomam cachaça e assaltam. A gente sempre vê essa movimentação. É diariamente. É só você subir ali que você vai ver?, afirma.

Segundo a comerciante Julieta Brixel, a região tem pouca segurança. ?Tem o pessoal que assalta e vem tentar vender para nós o que roubou. A gente percebe visivelmente. Mesmo se você não está procurando, você é obrigado a ver essa organização?, conta. Ela tem uma barraca na feirinha da Alameda José Bonifácio há 16 anos e diz que os marginais são bastante articulados. ?Antes das 9h tem muitos drogados aqui. Eles não mexem com a gente, mas assaltam quem passa e os clientes. Quando a pessoa encosta para ver algo, eles chegam em três ou quatro, esbarram e levam celulares e carteiras. Isso todo dia de manhã. Já foi mais calmo?, diz ela.

De acordo com Julieta, o problema não é falta de policiamento. ?Aqui sempre tem policiais. Eles passam de dois em dois, sobem e descem e ainda passam de moto e de carro. Vira e mexe tem dois ou três malandros sendo revistados. Mesmo assim a polícia não consegue conter. Não sei o que acontece: os malandros conseguem driblar os policiais de uma tal maneira?, conta a comerciante.

Policiamento

De acordo com o tenente Sarmento, do 12.º Batalhão da Polícia Militar, a região central, nas proximidades da Praça Tiradentes, principalmente entre as ruas Saldanha Marinho e Cruz Machado, de fato é tida como ponto crítico de criminalidade. Porém, nos últimos dois meses, as ocorrências caíram 50%. Segundo ele, nesse período foram feitas cerca de 20 apreensões de droga – na maioria das vezes crack – na praça.

Além do policiamento fardado, a atuação da PM no local tem sido extensiva através do serviço reservado, ou seja, policiais à paisana. ?Existe o policiamento, mas não acaba porque é bastante coisa. O que está faltando para amenizar a situação é a população informar a polícia do problema. Muita gente reclama, mas não denuncia?, afirma Sarmento. 

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