Mãe e filho executados por traficantes paulistas

Uma dona-de-casa foi a vítima inocente de um conflito entre traficantes paulistas e paranaenses. Noemi Chaves, 45 anos, levou dois tiros no portão de sua casa, na Rua Campo do Tenente, Jardim Guaraituba, Colombo, às 3h de ontem, e em seguida os assassinos balearam Tiago Chaves, 16 anos. Mãe e filho morreram em hospitais de Curitiba, ainda durante a madrugada.

Os assassinos eram dois homens que chegaram numa moto sem placa e muito barulhenta, de acordo com testemunhas. Eles bateram palmas e Noemi levantou-se para atendê-los. Os desconhecidos, armados, estavam atrás de Tiago. "Ela percebeu o perigo e disse que o filho não estava. Logo deram um tiro na cabeça e outro no queixo dela", relatou o superintendente da delegacia do Alto Maracanã, Job de Freitas.

Os frios matadores entraram na residência, onde estavam os nove filhos pequenos que Noemi criava sozinha. Encontraram Tiago dormindo e o assassinaram com quatro balaços.

Vizinhos ouviram a confusão e acionaram o Siate. Tiago já chegou sem vida ao Hospital Cajuru, e a mãe morreu pouco depois, no Hospital Evangélico.

Bronca

Para a polícia, o assassinato de Tiago e da mãe é uma cruel vingança de um grupo de traficantes da cidade de Mauá, na grande São Paulo. Há algumas semanas, criminosos de Colombo foram a São Paulo buscar crack, mas houve desacerto na hora do pagamento. No tiroteio que se seguiu, um membro da quadrilha paulista foi morto e os paranaenses fugiram sem pagar nada.

Cerca de 10 dias atrás, a delegacia do Alto Maracanã soube que os paulistas estavam ou viriam para Colombo com intenção de vingança. "Tiago é um dos que eles queriam", disse o superintendente. O adolescente não tinha passagem pela polícia, mas, segundo Job, era um pequeno revendedor ligado a um traficante de peso. O assassinato da mãe do menor seria uma forma de os paulistas aterrorizarem ainda mais o grupo inimigo.

De acordo com o policial, a quadrilha de Mauá teria quatro integrantes infiltrados em Colombo, prontos para executar outros inimigos. "Já pedimos apoio à Divisão de Polícia Metropolitana para localizar e identificar estes criminosos. Senão, outras mortes podem ocorrer", acredita Job.

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