Laudo identifica caminhoneiro desaparecido

Os ossos e a gordura humana encontrados dentro de uma fossa, no pátio de uma empresa de produtos químicos, na Cidade Industrial, eram mesmo do caminhoneiro Marcílio Alencar, 42 anos, assassinado em novembro do ano passado. Ontem, a Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas divulgou o laudo realizado pelo perito Renato Dalastela, que comprovou a identidade da vítima. Segundo o perito, estão sendo feitos mais exames de DNA para comprovar se o restante dos ossos pertence ao caminhoneiro José Antônio Martins, 38 anos, que sumiu junto com Marcílio. ?Foi um trabalho complicado. O DNA não é indestrutível, mas conseguimos obter êxito?, comentou Dalastela. Ele informou que o Instituto de Criminalística do Paraná utiliza atualmente técnicas modernas para identificar corpos.

O delegado Marcus Vinícius Michelotto, titular da delegacia, informou que, devido ao estado de decomposição dos ossos acreditava-se não ser possível a identificação e assim Ataíde dos Santos e João Maria Guimarães Santos, presos, sob suspeita de envolvimento com o desaparecimento dos caminhoneiros, não seriam responsabilizados pelo crime. ?Eles só poderiam responder pelo roubo, cuja pena é de 4 a 10 anos. Com a identificação do corpo, temos a materialidade de que ocorreu latrocínio (roubo com morte), cuja pena é de 20 a 30 anos?, explicou o delegado.

Michelotto avisou que outras duas pessoas acusadas de participarem do crime já foram indiciadas em inquérito policial. ?Estamos trabalhando para encontrar os caminhões roubados que devem estar circulando pelas estradas?, disse o delegado.

Os caminhoneiros Marcílio Alencar, 42, e José Antônio Martins, 38, desapareceram no dia 10 de novembro do ano passado, depois de entrar em contato com familiares por volta das 15h. Naquele dia, os dois caminhoneiros saíram juntos da transportadora onde trabalhavam, em Araucária, conduzindo seus caminhões bitrem carregados com 89 mil litros de combustíveis, com destino a Cuiabá (MT). De acordo com as investigações, as vítimas foram atraídas para empresa na Cidade Industrial, por Ataíde dos Santos, 38 anos, sob o pretexto de comprarem pneus abaixo do valor de mercado. Como as vítimas conheciam o Ataíde, confiaram nele.

Morte em Mato Grosso

As investigações começaram a apresentar bons resultados com a prisão de Ataíde, no mês de julho, sob a acusação de assassinar o caminhoneiro Jair Lima Fernandes, 35 anos, que desapareceu no dia 30 de abril deste ano, no pátio de um posto de combustível, em Cuiabá, quando transportava uma carga de resina.

No início do mês de julho, Ataíde foi preso e confessou sua participação no crime. Ele alegou que agiu junto com dois homens chamados ?André? e ?Nego?. A polícia apurou ainda que o líder do grupo seria o empresário João Maria Guimarães dos Santos, que foi preso no início do mês de agosto por policiais da Delegacia de São José dos Pinhais.

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