Largo da Ordem fechado para o tráfico

A Polícia Militar fez ontem uma ação ostensiva no combate ao comércio de crack que se instalou no centro histórico de Curitiba. Dezenas de policiais rondando a pé, de moto e de carro fizeram uma varredura na região. O objetivo, diz o tenente Costa, coordenador da operação, era o de coibir o tráfico de drogas, além dos roubos e furtos decorrentes deste comércio, que ocorrem diariamente na Praça Tiradentes, Largo da Ordem, Ruínas de São Francisco, ruas São Francisco e Riachuelo, e arredores, locais já focados em diversas reportagens da Tribuna pelo problema.

O tenente Costa explica que essa operação se mescla com outro tipo de atuação da polícia, feita com policiais à paisana observando a movimentação de traficantes e usuários, e realizando abordagens e prisões. O outro trabalho é como o feito ontem, com grande efetivo de policiais e viaturas na área que, segundo mostra o tenente, servem para dar sensação de segurança à população. "Sabemos que ações como essa não servem para prender os traficantes e marginais, pois eles se escondem e fogem quando vêem a polícia na rua. São ações que espantam a criminalidades porém não acabam com ela. A presença física da polícia apenas evita que os crimes ocorram, serve para dar a sensação de segurança", diz Costa. Até as 21h de ontem, um rapaz havia sido pego com pequena quantidade de maconha.

Diagnóstico

Uma comerciante apontou que o grande problema da região é a falta de iluminação e o grande número de desocupados que circulam pela área. Um taxista, que ouvia a conversa, relatou que somente em frente à Catedral, nove refletores de luz, entre outras luminárias da Praça Tiradentes, estavam queimados. Este é um dos grandes motivos, apontados pelo tenente, como potencializadores da criminalidade. "A polícia tem que zelar pela segurança. Fica a cargo da administração municipal melhorar as condições do local, como boa iluminação e autuação dos donos de imóveis abandonados e estabelecimentos irregulares, locais que só promovem a circulação de marginais". Porém, continua o oficial, autuações precisam ser eficazes. Segundo ele, alguns estabelecimentos, como os hotéis de grande rotatividade, voltam a funcionar poucos dias depois de autuados. Já em relação aos locais abandonados, os proprietários recebem a autuação, mas não providenciam a limpeza e lacre do imóvel. "Escuridão e abandono atraem os marginais", alerta o tenente, que mostra que por esses motivos a população do Centro, que hoje é de 30 mil habitantes, vem decaindo a cada ano.

Costa orienta para que a população mude de atitudes, como por exemplo, sempre de registrar queixa na delegacia, mesmo que o caso tenha sido o furto de um óculos. "Às vezes prendemos um marginal, que sabemos que já tem 50 assaltos nas costas, porém não há nenhum boletim de ocorrência contra ele, porque as vítimas não quiseram registrar o fato. Isso alivia a penalidade do criminoso. Pedimos que a população registre essas ocorrências para ajudar o trabalho policial", diz o oficial, que foi o criador do Narcodenúncia, hoje adotado em todo o País.

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