Justiça Federal confirma pena para Saggin

O bandidão catarinense Valdir Saggin – que deixou um rastro de crimes também pelo Paraná – acaba de sofrer uma derrota na Justiça. Saggin, um ex-policial militar que se tornou um dos criminosos mais temidos do Sul do país, tinha apelado da condenação que recebeu em abril deste ano pelo homicídio de dois policiais rodoviários federais. Semana passada, a 7.º Turma do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região confirmou a condenação de Saggin e do comparsa dele, Pedro Rodrigo Pereira. A decisão foi divulgada ontem.

Eles foram condenados pelos dois assassinatos, ocorridos em abril de 2001, e também por porte de arma de uso proibido ou restrito, por furto qualificado e, no caso de Saggin, por uso de documento falso. No total, a pena de Saggin foi fixada em 41 anos e oito meses de reclusão, e mais 30 salários mínimos de multa. A esta pena, somam-se outras condenações, também pela Justiça catarinense, que chegam a quase 35 anos. A pena de Pereira ficou em 34 anos e nove meses de prisão, e multa de 24 salários.

Executados

O Ministério Público Federal havia denunciado os réus pelo duplo homicídio. Eles eram fugitivos da Justiça e respondiam por vários outros delitos quando mataram os policiais. Saggin e Pereira transportavam, numa maleta, uma metralhadora calibre nove milímetros e um carregador com capacidade para 40 cartuchos de munição, quando iam de Curitiba para Itajaí pela BR 101, em 13 de abril de 2001. Ao perceber que eram seguidos por uma viatura da Polícia Rodoviária Federal, entraram em uma estrada vicinal em Joinville. A viatura continuou a acompanhá-los e os policiais ligaram a sirene. Obedecendo à ordem dos agentes da PRF, o carro parou. Mas rapidamente os criminosos pegaram as armas, renderam os policiais e, mesmo após dominá-los, os executaram.

Os dois réus recorreram ao TRF requerendo a anulação do julgamento no Tribunal do Júri, ocorrido em Joinville, em 11 de abril deste ano. Eles alegaram, entre outros pontos, que o MPF utilizou, em frente aos jurados, sem conhecimento prévio dos advogados de defesa, fotos das vítimas com a palavra “Justiça” sobreposta na transversal, em vermelho, e um vídeo mostrando os policiais já mortos, com os corpos dilacerados. O relator da apelação no TRF, desembargador federal José Luiz Borges Germano da Silva, não concordou com as argumentações.

Julgamento

Quando foi a julgamento, Saggin já estava preso na Penitenciária Estadual de Florianópolis. O deslocamento do criminoso até Joinville mobilizou um efetivo de cerca de 100 policiais – a maioria federal – com o apoio de um helicóptero. Tudo porque, além da periculosidade, Saggin é conhecido por ser especialista em fugas. Em janeiro do ano passado, Saggin protagonizou um seqüestro, seguido de cerco policial, que durou quase dois dias, no bairro Santo Inácio, em Curitiba. Ele tinha escapado da ala de segurança máxima do presídio de Florianópolis em dezembro de 2001. Veio para Curitiba e montou uma quadrilha que fazia grandes assaltos na região do São Braz e Campo Magro.

O cerco ao esconderijo da quadrilha foi feito por 60 policiais federais, militares e do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).

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