Júri absolve ex-investigadores da Polícia Civil

A vítima, à época com 20 anos, foi morta durante uma operação policial desastrosa na Rua João Reffo, Santa Felicidade, em Curitiba. O estudante foi abordado sob a suspeita de porte de drogas e terminou perdendo a vida, em um caso que chocou a capital.

Adonski e Siduovski foram condenados no primeiro julgamento a 38 anos de reclusão e aguardavam o julgamento da apelação há oito anos, no cárcere do Centro de Observação Criminológica e Triagem (COCT). ?Apesar de agora estarem livres, eles vão ter que aguardar a liberação da Vara?, diz o advogado de Adonski, Claudio Daledone Júnior, exultante ao final do julgamento, por volta das 14h30 de ontem.

?Foi um julgamento longo, que durou dois dias, e carregado de uma carga emocional forte?, disse o advogado. Por se tratar de uma apelação, essa era a última chance dos réus de tentar provar a inocência. ?A absolvição foi por seis votos a um e o júri era formado por pessoas esclarecidas, como psicólogo, engenheiro e profissionais de nível superior?.

Dos acusados de envolvimento no assassinato, continua preso Almiro Beni Schimit, condenado a 21 anos e 4 meses de reclusão.

Resignação

A mãe de Rafael Zanella, Elizabetha Zanella, que na última sexta-feira testemunhou no julgamento, decidiu não comparecer ao Tribunal do Júri ontem e ficou sabendo da decisão através da reportagem de O Estado.

Ela não se mostrou surpresa com o resultado e confessou que até chegou a torcer pela absolvição. ?A polícia acha que somos nutridos pelo sentimento de vingança, o que não é verdade. Os dois acusados ficaram presos por oito anos e se não aprenderam a lição, não vão mais aprender?, diz. Muito mais do que ver os responsáveis pelo assassinato de Rafael atrás das grades, Elizabetha garante que o grande desejo da família foi satisfeito à época do crime, quando a inocência do estudante ficou provada. ?Meu filho era inocente e todos sabem disso. Essa é a verdadeira justiça?.

A decisão de não acompanhar o último dia do julgamento será levada adiante, na seqüência do julgamento. ?Acredito que o delegado (Maurício Fowler, que comandou a operação que resultou na morte de Rafael) ainda vá a júri, mas vamos poupar a nossa família. Não queremos mais envolvimento com o caso. Chega de sofrimento?, afirmou.

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