Um ousado assassino pulou a janela da casa do frentista Márcio Luiz Tavares, 28 anos, e o executou na cama com dois tiros, à 1h10 de ontem, na Rua Inglês de Souza, Alto Maracanã. O crime foi cometido na frente da esposa da vítima e pode se tratar de vingança, já que Márcio estava sendo ameaçado. Mas há suspeita da participação do rapaz em atividades ilícitas.
A esposa de Márcio ouviu um barulho estranho de madrugada e, quando levantou-se, topou com o homem encapuzado e armado de pistola na porta do quarto. Através de gestos o desconhecido, que entrou pela janela da frente, pediu que ela ficasse em silêncio e deitasse no chão. Depois acertou um tiro na testa e outro no pescoço do frentista, que morreu dormindo.
Um irmão da vítima, morador na casa de fundos, viu a invasão do matador e ligou avisando, mas o telefone estava no modo silencioso. O assassino fugiu a pé, sem deixar pistas.
Tráfico
A polícia do Alto Maracanã tem duas hipóteses para o crime. Há cerca de dois meses, Márcio entrou em luta com um assaltante, o desarmou e atirou na perna dele. O frentista registou o caso na delegacia local e apresentou esta arma. Mas pouco depois passou a receber ameaças anônimas, supostamente do mesmo homem que havia baleado. “O desconhecido estaria pedindo a arma de volta. Como ela nos foi entregue, pode ter havido um revolta maior”, afirmou o investigador Sérgio, que ainda levanta mais detalhes deste assalto.
A outra possibilidade seria um acerto de contas ou queima de arquivo, referente a supostas atividades ilegais da vítima. “Fomos informados que Márcio teria envolvimento com tráfico de drogas e derrame de dinheiro falso”, disse o policial.
Segundo o investigador, a solução do crime é questão de honra. “Um dia dominam um policial e tomam a cadeia, no outro matam uma pessoa dentro de casa. A bandidagem está muito abusada por aqui”, disse Sérgio. Na noite de domingo, 17 presos renderam um plantonista e fugiram da delegacia do Alto Maracanã – apenas um foi recapturado.