Internos do educandário prestam depoimentos

As autoridades responsáveis pelo Educandário São Francisco, em Piraquara, e a polícia começaram a ouvir, neste fim de semana, os depoimentos dos internos para apurar detalhes sobre o motim que deixou sete adolescentes mortos entre a noite de quinta-feira e a madrugada de sexta. Um dos objetivos é identificar possíveis maus tratos cometidos por funcionários do reformatório. “Aqueles que tiverem seus nomes citados por mais vezes serão afastados de suas funções”, prometeu o secretário de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social, padre Roque Zimmermann.

Para a representante do Conselho Federal da Ordem os Advogados do Brasil (OAB) no Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), Marta Marília Tonin, os problemas não se restringem apenas à construção de novos prédios. Em nota divulgada no sábado, Marta aponta a política do governo estadual, que centraliza em apenas um local a maioria dos jovens infratores de todo o Paraná, como uma das principais causas do motim.

A visita de domingo foi suspensa e deve voltar ao normal no próximo fim de semana. No sábado, 150 adolescentes que estavam abrigados no ginásio do educandário voltaram aos alojamentos normais. A ala na qual foram queimados colchões ainda necessita de reparos e permanece desativada até quarta-feira. Não houve uma grande destruição, de acordo com o diretor-presidente do Instituto de Ação Social do Paraná (Iasp), José Wilson de Souza – somente alguns móveis, armários, portas e vidros foram quebrados. Para ele, a morte dos adolescentes foi um fato isolado.

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