Icaraí vira um inferno

Tiros, mortes e um incêndio movimentaram a Vila Icaraí, no Uberaba, durante a noite de terça e madrugada de quarta-feira. Dois homens foram mortos e a polícia não descarta a possibilidade de que os assassinatos estejam interligados. O primeiro homicídio ocorreu às 20h30 de terça, no interior de um bar, na Rua Emilio Berling Filho. José Carlos Paulista, 28 anos, foi surpreendido por dois homens armados que o executaram com vários tiros.

A vítima jogava fliperama quando foi atingida.

No momento do crime apenas a proprietária e suas crianças estavam no estabelecimento, mas não souberam informar características dos matadores. Um irmão de José disse, no local, que não poderia passar informações devido ao medo de represálias e para preservar a própria vida. Segundo comentários, um grupo grande, composto por cerca de dez homens estava na frente do bar, mas apenas dois deles entraram para cometer o crime. "Os homens entraram e nem deram bola para a presença das crianças no bar. Logo foram atirando", relatou o cabo Guedes, do Regimento de Policia Montada (RPMont) após conversar com a proprietária. De acordo com o PM, depois de cometer o assassinato, o grupo ainda andou por várias quadras dando tiros e aprontando atos de vandalismo.

Na Rua Miguel Tatarin, a algumas quadras do local de homicídio, uma pequena casa de quatro cômodos pegou fogo. Moravam ali uma mulher e seus três filhos. Ninguém ficou ferido.

A princípio, a polícia suspeitou que o incêndio tivesse relação com o assassinato de José Carlos, no entanto, foi verificado que a proximidade dos locais era mera coincidência.

Mais um Por volta das 4h, uma nova seqüência de disparos voltou a amedrontar os moradores da Vila Icaraí. Alexandre da Silva, 19, foi executado no interior da casa de sua namorada, na Rua Ouro Preto. De acordo com o tenente Serbena, do RPMont, a vítima estava dormindo com a garota de 17 anos, que reside com os pais. Três indivíduos chegaram em frente à moradia, arrombaram a porta e chamaram Alexandre pelo nome. Ele levantou e ao sair do quarto foi surpreendido pelos tiros. Alexandre caiu morto na cozinha da residência. O que motivou a execução não foi descoberto.

Para o tenente, que também prestou atendimento ao primeiro caso horas antes, não se pode descartar a possibilidade de ligação entre as execuções. As vítimas são jovens e características semelhantes. "Pode haver alguma ligação, porém nada foi confirmado", afirmou o PM.

Sangue derramado também na Vila Verde

 

Anderson Tozato
Agito da polícia não capturou criminoso.

A tristeza e revolta da família de Daniel da Silva, 25 anos, morto com quatro tiros na cabeça, às 22h de terça-feira, abalou a Vila Verde, na CIC. O crime aconteceu na Rua José Armindo de Paula, em frente ao Mercado Piero Bom e atraiu aproximadamente 10 viaturas da Polícia Militar, Polícia Civil, carros da imprensa, IML entre outros. O agito fechou as ruas estreitas da vila. Segundo informações de populares, Daniel estava na esquina, conversando com alguns amigos, quando foi morto.

Segundo informações de populares, um Gol branco, modelo antigo (quadrado) foi visto no local. Em seguida, foi confirmado que havia alguns registros de ocorrências envolvendo um automóvel com as mesma características. Não se sabe se a vítima discutiu com os ocupantes do Gol ou se tinha algum desentendimento antigo.

No tiroteio, outro homem foi ferido no braço. O pai de Daniel, inconsolado, lamentava a perda do segundo filho, já que outro também teria sido assassinado. "Perdi um e até agora a polícia não descobriu nada, agora foi o outro", dizia o homem. Revoltado, ele mostrava o movimento na vila e dizia: "Nunca tem um carro de polícia. Depois que ele foi ferido, demoraram mais de uma hora para chegar, agora fica esse agito todo aqui". Disse.

Mais um morre na casa da namorada

Um jantar em família foi interrompido a tiros, por volta das 22h de terça-feira, na Rua Armindo de Paulo, Tatuquara. José Valdinei de Oliveira, 26 anos, foi executado na frente da casa da namorada, uma adolescente. Não há dados sobre os autores do crime. Pela quantidade de tiros disparados contra a vítima, cerca de 15, acredita-se num acerto de contas. Entretanto, o motivo é desconhecido.

De acordo com dados da Polícia Militar, a vítima estava jantando na casa da namorada quando dois homens chegaram no portão e começaram a gritar pelo nome de José. Ele saiu para atender e, na frente da moradia, foi executado.

Diversos tiros foram ouvidos pelos moradores da casa que, ao saírem para verificar o que havia ocorrido, depararam com o corpo.

Segundo levantamentos da PM, a vítima não tinha antecedentes criminais e estava atualmente desempregada. Era morador no Terra Santa, também no Tatuquara, e não tinha problemas aparentes com nenhum outro morador da região. O casal estava junto há cinco meses. 

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