A guerra entre integrantes das gangues “Loucos” e “Comando Jardim Esmeralda”, ambas do Novo Mundo, em Curitiba, resultou em morte na noite de sexta-feira. O cobrador de ônibus Deivid Marcelo Alves, 20 anos, membro da “Comando Jardim Esmeralda”, foi morto com um tiro no peito. Um outro rapaz, chamado André, foi ferido com um tiro de raspão na perna. O autor do disparo, o estoquista Rodrigo de Souza Silva, 19 anos, foi preso em flagrante por policiais da Delegacia de Homicídios. Um menor que estava junto com Rodrigo foi detido e encaminhado à Delegacia do Adolescente.
De acordo com amigos de Deivid, que integram a gangue “Comando do Jardim Esmeralda”, o cobrador estava andando com alguns amigos pela Rua Líbero Santana Nunes, no Xaxim, por volta das 22h30 de sexta-feira, quando duas pessoas passaram atirando, ferindo Deivid e André. As vítimas foram socorridas pelo Siate e levadas ao Hospital do Trabalhador, mas Deivid não resistiu e morreu pouco depois.
Prisão
Policiais da Delegacia de Homicídios foram informados do caso por funcionários do hospital. Após ouvir amigos da vítima, os policiais foram até a casa de Rodrigo, situada na Rua Líbero Santana Nunes, onde detiveram Rodrigo e o menor. Um revólver calibre 38, que teria sido utilizado no crime, foi apreendido.
Rodrigo confessou que foi o autor dos disparos, mas contou uma história diferente. Ele disse que estava em casa, quando os integrantes da gangue “Comando do Jardim Esmeralda”, que é formada por cerca de 40 pessoas, começaram apedrejar a moradia. “Eu tenho a arma para me defender, pois eles (a gangue rival) não gostam da gente”, relatou.
Ele afirmou que pegou o revólver e começou a atirar com a intenção de dispersar o grupo. “Quando eu soube que ele morreu não me bateu nem um pouco de arrependimento. Sinto muito pelos pais dele”, ressaltou o rapaz. “Me arrependo não pela morte, mas pela conseqüência que isso vai me trazer. Agora vou ficar preso”, comentou.
Rodrigo lembrou que a guerra entre os dois grupos já dura oito anos. A gangue dos “Loucos” é formada por cerca de 70 pessoas. “Nos unimos para tomar tubão (pinga misturada com refrigerante em garrafa de 2 litros) e nos divertir. Não para brigar. O problema é que eles (da gangue rival) não gostam da gente”, frisou.
O rapaz disse que há três semanas um dos integrantes da “Comando do Jardim Esmeralda” tentou matá-lo. “A bala entrou nas costas e está alojada no ombro”, disse, indicando a presença do projétil.