Violência

Guarda municipal tomba em serviço na Cidade Industrial

O guarda municipal Mauro César Carvalho, 43 anos, foi assassinado, no final da madrugada de ontem, dentro da Unidade de Saúde São José, Jardim Augusta, Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Ele estava a poucas horas de terminar o plantão, quando o assassino pulou o muro e invadiu a área do posto, na Rua Cidade Jardim Olinda, que não funciona nos fins de semana. O colete à prova de balas de Mauro sumiu. Suspeita-se que tenha sido levado pelo criminoso, caracterizando assim crime de latrocínio (roubo com morte).

Como a porta de vidro estava trancada com chave e não havia sinais de arrombamento, a polícia suspeita que o assassino era conhecido de Mauro, e que ele foi atender ao chamado deixando o colete à prova de balas e o cassetete em cima de um balcão, na recepção.

Quando abriu a porta, viu que a pessoa estava armada e reagiu. As paredes e o teto da recepção e de uma sala ao lado foram atingidos por tiros, indicando que a vítima entrou em luta corporal com o assassino na tentativa de desarmá-lo. Mauro levou três tiros – cabeça, peito e mão – e tombou morto ao lado de uma motocicleta Suzuki, que estava estacionada em frente à recepção.

No local, o perito Claus, do Instituto de Criminalística, recolheu cinco projéteis deflagrados e dois intactos, todos de pistola calibre 380.

Segundo o supervisor Aristeu, da Guarda Municipal, o alarme da posto de saúde foi acionado por volta de 5h30, provavelmente durante a fuga do assassino. A empresa de monitoramento acionou a Polícia Militar e instantes depois os soldados Marcelo, Sidnei e Ismael, do 13.º Batalhão, chegaram ao local e encontraram a porta da frente aberta e nenhum sinal de arrombamento nas outras.

Mistério

Sobre a autoria do crime, pouco se sabe. O vigia de uma obra ao lado do posto disse apenas ter ouvido barulho de alguém saindo do local. Dois irmãos de Mauro, que estiveram no local do crime, disseram não saber o que teria motivado o homicídio. “Ele não tinha desavença com ninguém. Não se queixou de que estava sendo ameaçado. Apenas reclamava da criançada que ficava importunando o trabalho”, disse um dos irmãos. Eles contaram também que, por volta das 23h, Mauro falou com a mulher pelo celular.

O supervisor Aristeu informou que Mauro estava na corporação há 15 anos e havia passado no teste para portar arma de fogo. A vítima morava na Vila Sabará, na CIC, e tinha duas filhas e três netos.

O caso foi atendido pela Delegacia de Homicídios, mas por conta do roubo do colete, foi registrado como latrocínio e deverá ser investigado pela Delegacia de Furtos e Roubos (DFR).