Garotinha de 7 anos trucidada a facadas

"Tenebroso. É uma cena horrível, pior do que as que vemos nos filmes", diz Luciana, uma amiga da família, ao descrever a cena da morte de Gabriela Moreira dos Santos, uma menina de 7 anos, executada com mais de 50 facadas ontem, no Hugo Lange. "Se vocês têm filhos, não queiram olhar. Estou horrorizado", disse, confuso, o tenente Souza, do Regimento de Polícia Montada (RPMon), da Polícia Militar, sobre o que viu dentro da casa de fundos, na Rua Simão Bolívar, 1109.

A madrasta da criança, que está grávida, contou aos policiais que quando chegou em casa, às 17h49, chamou pela menina, que não respondeu. Ao entrar em um quarto usado como despensa, viu a enteada estendida no chão, com facadas por todo o corpo e uma faca da cozinha cravada no coração. Desesperada, correu para o orelhão para chamar o marido, pai da criança, porém não conseguiu fazer a ligação. Então foi até uma loja na Rua Augusto Stresser, há poucas quadras dali, que pertence à dona da casa da frente, e pediu ajuda à Luciana, funcionária da loja, que chamou o pai e a polícia.Os pais contaram à polícia que a criança ficava o dia inteiro sozinha em casa enquanto iam trabalhar. O portão ficava fechado com cadeado, e só as portas da casa dos fundos, onde a família morava, ficavam abertos. Os exames preliminares do Instituto de Criminalística não encontraram sinais de arrombamento nem sinais aparentes de que os muros ao redor, de três metros de altura, tivessem sido escalados. Com exceção dos outros cômodos da casa, a despensa estava revirada.

Assassino quis queimar o corpo

Gabriela Moreira, apesar de já ter 7 anos, ainda não ia à escola e era pouco vista pelos vizinhos. "Apenas a víamos nos fins de semana no jardim da casa, quando o pai mexia na grama ou limpava as calçadas. Nem sabíamos que ela ficava sozinha durante a semana", conta, surpresa, a moradora da casa ao lado. Essa vizinha ainda diz que até o meio-dia, horário em que sua casa ficou sozinha, nenhum grito ou barulho estranho foi ouvido. Já a outra casa ao lado está vazia há algum tempo.

As únicas conclusões que o perito Fontoura, do Instituto de Criminalística, responsável pelo levantamento no local, divulgou à imprensa são de que a menina levou mais de 50 facadas entre às 13h e às 16h, e que o fato não aparentava ser ritual de magia negra, pois não haviam velas ou outros indícios disso. A jugular da menina estava cortada e não havia sinais de estupro. Pelo número de pontaços, o perito acredita que o assassino estava envolto em grande carga emocional, com muita raiva. Parte do rosto da menina estava queimado. Uma lata de óleo automotivo e diversos fósforos foram encontrados no local, material que provavelmente foi usado, junto com um pedaço de papel e uma pequena churrasqueira, para queimar a menina.  

Hoje, o trabalho do perito deverá continuar na casa. Os pais da criança estavam separados há alguns anos, e hoje eles teriam uma audiência no Conselho Tutelar para decidir a guarda da menina. Segundo comentários no local, o pai da menina se dava muito bem com sua nova companheira e teria ficado com a criança porque a mãe não queria saber da filha.

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