Fuzila ex-mulher por ciúme

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Vigilante não suportou ver
a ex-esposa com outro.

Na mesma cama que dividiu durante anos com a ex-mulher, o vigilante Sidnei Alves de Oliveira, 29 anos, viu deitado um rapaz mal saído da adolescência. A cena afetou-lhe a razão. Depois de levar umas bofetadas, a cabeleireira e manicure Michele Pereira, 26 anos, foi morta com três tiros na porta de casa, na Rua Cinamomo, Jardim Eucaliptos, Fazenda Rio Grande, por volta da 0h30 de sábado. Acusado do crime, o vigilante desapareceu levando os filhos da mulher.

Michele era mãe de duas meninas, fruto de um relacionamento anterior. O caso entre o vigilante e a cabeleireira – que gerou um terceiro filho -terminou há seis meses. Desde então, Sidnei dava claros sinais de não ter digerido bem a separação. "Dia desses almoçamos juntos e ele perguntou se ainda tinha chance com ela. Falei que sim, que conversando podiam se entender", contou João Pereira, pai da jovem.

Michele recusava as investidas do ex-marido, mas não teria vida fácil. Seu primeiro namorado após o fim do relacionamento fugiu depois das ameaças que Sidnei lhe teria feito.

Há menos de um mês, a cabeleireira começou um romance com Fernando, 18 anos. Na noite de sexta-feira, o rapaz chegou de moto na casa da nova namorada. Pouco depois, o barulho da porta de entrada sendo arrombada indicava problemas à vista.

Era Sidnei, que viu Michele sentada e Fernando deitado na cama, ambos vestidos. Mesmo assim ele se enfureceu. "Ele tentou me agredir, mas dei um chute no peito dele e consegui escapar. Aí ele começou a bater nela", contou Fernando, que se escondeu na casa da mãe da namorada, no mesmo terreno. Ele tentou acionar a polícia, mas não conseguiu.

Desculpas

Na saída, minutos depois, o vigilante ainda pediu desculpas à ex-sogra, justificando que estava nervoso. "Mas isso não vai ficar assim", teria dito, enquanto ia embora com as crianças.

Fernando saiu do esconderijo, pegou sua moto e foi para a casa de um amigo, num bairro vizinho. Dez minutos depois, ligou para Michele, mas ninguém atendia o telefone. Ela já havia sido assassinada.

A jovem foi morta na entrada de casa, com dois tiros no coração e um no braço. "Não houve discussão. Ao que parece, o ex-marido atirou assim que a porta foi aberta", relatou o investigador Cruz, da DP de Fazenda Rio Grande, que atendeu o caso.

O policial aponta um indício de premeditação do crime. "Aparentemente, ele levou as filhas para que não vissem o assassinato", falou Cruz, que fez buscas atrás do suspeito, mas não o localizou. Sidnei fugiu em seu Fiesta vermelho.

O acusado trabalhava em uma grande empresa de vigilância e não tinha antecedentes criminais. Caso não se apresente, deve ter a prisão preventiva solicitada no início da semana.

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