Família rendida testemunha execução

Vítima de uma armação, Elessandro Felício da Silva, 18 anos, foi executado na frente de sua família, por volta das 22h de quinta-feira. Ele foi obrigado a deitar no barro da Rua Olívio José Rossetti, Campo do Santana, junto com seus pais, sua irmã, sua namorada e um amigo. Todos foram ameaçados com um revólver, mas o único tiro disparado atravessou o boné que o jovem usava. A família voltava do 13.º Distrito Policial, rumo à residência, no Rio Bonito, quando foi abordada pelo assassino.

Elessandro tinha sido levado ao distrito, acusado de ter roubado um relógio. Porém, de acordo com Maria Felício da Silva, 37, mãe do rapaz, o relógio havia sido comprado por sua filha, que o deu ao irmão. Quem vendeu o objeto foi um homem conhecido por "Zé Baiano", que era amigo da família. Foi ele, segundo relatado por Maria, quem prestou queixa de roubo no 13.º DP. O possível envolvimento de "Zé Baiano" no assassinato foi registrado pelos investigadores Castro e Edson, da Delegacia da Homicídios, responsável
pela elucidação do caso.

Ataque

Depois de resolver o problema no distrito, a família voltava para casa pelas ruas recém-asfaltadas do bairro. Quando passavam entre dois terrenos ainda sem casas, o grupo foi surpreendido por um homem, de aproximadamente 1,75m, moreno, com cabelo cortado curto, vestido com calça branca e jaqueta preta, e armado com um revólver.

"Vocês são polícia?", perguntou, fingindo não identificar um grupo familiar. Em seguida, o desconhecido mandou todos deitarem no chão. Maria relutou e apenas se abaixou. Mesmo com a reação da mulher, o assassino escolheu a cabeça de Elessandro como alvo do disparo. Depois fugiu em um carro, possivelmente um Gol modelo antigo ou Passat branco, no qual outras pessoas o esperavam.

Antes, porém, o pai da vítima se levantou e conseguiu acertar uma pedrada no assassino. "Ele apontou a arma para mim, mas não atirou", relatou Antônio da Silva. A família estava inconformada. No dia seguinte, Elessandro iria começar em novo emprego. "Ele iria ajudar a gente a terminar nossa casa", disse o pai.

A ocorrência foi atendida pelo cabo Denilson e soldado Mariano, do 13.º Batalhão da PM. Eles chamaram apoio e várias viaturas vasculharam a região a procura de suspeitos. Um carro foi abordado, mas nada levava a crer que o assassino estivesse nele.

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