Família de vigaristas se dá mal e pára na cadeia

Acusados de lesar pessoas que procuravam obter benefícios junto ao INSS, três pessoas de uma mesma família foram presas por policiais do 7.º Distrito (Vila Hauer) na semana passada, em cumprimento a mandados de prisão emitidos pela Justiça. Wilson Barbato, 57 anos, sua ex-mulher Jacira Barbato, 55, e a filha deles, Gilceneli Barbato, 24, foram detidos no escritório da família, situado na Rua Tenente Francisco Ferreira de Souza, Vila Hauer, sob a acusação de estelionato.

De acordo com o superintendente Celso Gomes Ribeiro, no distrito foram registrados seis boletins de ocorrência de vítimas que reclamavam que haviam pago ao escritório – mantido pela família Barbato – para que desse entrada na documentação de obtenção de benefícios junto ao INSS, mas nenhum serviço foi feito. “Não houve prestação de serviço, os documentos das vítimas ficaram retidos e elas, sentindo-se lesadas, registraram o boletim”, relatou Celso. Outro agravante contra Wilson é que ele é acusado de coagir seus clientes, mediante a apresentação de uma carteira funcional de delegado de Meio Ambiente, material apreendido pela polícia.

Calote

Depois da prisão, outras vítimas já procuraram o DP denunciando o mesmo golpe. Conforme o superintendente, os proprietários do escritório prometiam às vítimas dar entrada nos procedimentos burocráticos (papelada) junto ao INSS para os benefícios de aposentadoria, pensões e auxílio doença. Cobravam valores diversos pela prestação de serviço e emitiam recibos. Diante das acusações, o caso foi enviado à Justiça, que decretou prisão preventiva dos envolvidos. Wilson está preso no 8.º DP; Jacira no 9.º DP (Santa Quitéria) e a filha Gilceneli, que estava grávida, foi encaminhada ao Complexo Médico Penal.

No escritório de Barbato também foi realizada busca e apreensão e o material recolhido foi encaminhado à Justiça, para ser periciado.

Versão

Wilson se defendeu das acusações. Disse que sua esposa não tem envolvimento com os casos e que os clientes que registraram queixa pertencem à carteira de sua filha. “Não há nada de errado. Se essas pessoas nos procurassem antes de registrar queixa, devolveríamos o dinheiro sem problemas”, explicou. Conforme o preso, não há golpe e a demora na entrega dos documentos aos clientes é devido aos escritórios do INSS, que sempre estão com problemas, como greve. “Não faço falcatruas. É complicado mexer com a documentação junto ao INSS. Eles agendam consultas para 30, 60 dias. Entram em greve e tudo volta ao começo. Temos que remarcar o agendamento e isso demora mesmo”, explica o detido, tentando amenizar a situação. “Não damos prazo. Apenas encaminhamos a papelada. Quem decide se aceita o pedido é o governo”, afirmou.

De acordo com ele, o escritório da família funciona há nove anos e nunca teve problemas. Sobre o recebimento de dinheiro adiantado, Wilson disse que é uma prática dele para evitar que receba cheques sem fundos, o que acontecia com freqüência, anteriormente.

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