Estudante escapa do cativeiro em Bateias

Após ser seqüestrado e permanecer quatro dias amarrado em uma árvore no meio de um matagal, na localidade de Bateias, em Campo Largo, Grande Curitiba, o estudante Wagner Aurélio Basso, de 17 anos, voltou para casa. Segundo parentes da vítima, na manhã de anteontem foi pago o resgate, no valor aproximado de R$ 50 mil. Mesmo assim, os seqüestradores não libertaram o garoto, que conseguiu se desvencilhar das cordas por volta das 19h do mesmo dia, com a ajuda do aparelho ortodôntico. Muito fraco, o jovem conseguiu chegar em uma casa nas proximidades e avisar a família. A polícia nega que houve pagamento de resgate e diz que os seqüestrados desistiram do dinheiro e abandonaram o estudante.

O delegado Luiz Alberto Cartaxo de Moura, que auxiliou a polícia de Campo Largo no caso, informou que um dos seqüestradores já foi identificado como sendo Aguinaldo Rodrigues Pereira, que está foragido e participou do seqüestro de outro estudante, Cristian Trevisan, ocorrido no ano 2000, no bairro de Santa Felicidade, em Curitiba. “Descobrimos o autor do seqüestro no início das diligências. Desconfiávamos que o refém estava escondido na localidade de Bateias, próximo ao local do seqüestro e fizemos buscas na região. Os seqüestradores devem ter percebido a presença da polícia e desistiram, abandonando a vítima”, disse Cartaxo. Ele avisou que as investigações continuam para localizar e prender os seqüestradores.

Seqüestro

Filho de comerciante e de família tradicional da cidade, Wagner foi seqüestrado quando se ia à escola onde estuda, no centro de Campo Largo, às 7h de terça-feira. Ele estava em um ponto de ônibus, próximo a sua casa, na localidade de Bateias, em Campo Largo. Dois homens ocupando um Gol preto, modelo antigo, com película escura em todos os vidros, abordaram o rapaz e o obrigaram a entrar no veículo. Testemunhas presenciaram a ação dos bandidos e avisaram a PM, minutos depois. Cerca de quatro horas depois, os seqüestradores entraram em contato com a família pelo telefone. Eles exigiram o pagamento de resgate de R$ 350 mil, no máximo até quinta-feira, e o afastamento da polícia. Durante o período, os seqüestradores negociaram e chegaram ao valor de R$ 50 mil, segundo Ozir, um primo do estudante. De acordo com Ozir, o dinheiro foi deixado pelos pais do refém na Estrada do Cerne, pela manhã, mas os seqüestradores não cumpriram o prometido.

Os seqüestradores usaram um matagal, onde Vagner foi amarrado em uma árvore e ficou à mercê do tempo. Os bandidos não forneceram alimentação ao estudante, que comeu somente duas bananas na tarde de terça-feira, quando foi seqüestrado. Muito fraco, Wagner foi conduzido ao hospital para ser medicado. O Estado soube do seqüestro ainda na manhã de terça-feira, mas, a pedido da família de Wagner e da polícia, deixou de publicar a notícia para preservar a vida do estudante.

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