Eficiência e agilidade

Dezoito segundos. Esse é o tempo máximo que a equipe tem para entrar em uma casa pela porta dos fundos, vasculhar cinco cômodos e sair pela porta da frente, sem fazer barulho, sem conversar e supondo que haja bandidos escondidos no local. O exercício, que teve por cenário uma residência desocupada, situada no Pinheirinho, levou à exaustão as equipes da Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam) do 12.º Batalhão da Polícia Militar (com sede em Santa Quitéria). O rigor na instrução visava, principalmente, treinar as quatro mulheres que estão se integrando à tropa de elite.

Tamanho não é documento, o que conta é a agilidade.

A ?Rotam do 12?, como os policiais costumam chamar, é a primeira do País a admitir policiais femininas em suas fileiras.

As soldados Caroline Felix Barbosa, 19 anos, Karina Rossi Marques, 22, e Francieli Nunes, 27, foram as primeiras voluntárias para a experiência inédita e já receberam aprovação no duro estágio iniciado há pouco mais de um mês. A última a integrar o grupo foi a soldado Carla Sugamosto, 20, que está em sua segunda semana de treinamento. Apesar de ser a ?caçula?, Sugamosto garante que também será aprovada e se esforça para isso.

Silêncio e precisão são avaliados a todo instante.

A iniciativa de levar soldados femininos para a ?linha de frente? partiu do tenente Lima, comandante da Rotam, que enfrentava dificuldades na abordagem a mulheres traficantes. Como os policiais não podiam revistá-las, muitas ocorrências ficavam sem o completo atendimento.

A chegada da equipe feminina supriu a lacuna e já surte efeitos positivos.

Além do aumento no número de apreensões de entorpecentes, a participação das mulheres já está chamando a atenção de outras corporações. Policiais de Santa Catarina e São Paulo estão querendo fazer o estágio, que conta inclusive com técnicas usadas pela Swat norte-americana.

Sem moleza e sem borrar a maquiagem

Equipe tem 18 segundos para ?invadir? residência.

O porte físico das ?garotas da Rotam? é visivelmente menor que o de seus colegas de farda. No entanto, a agilidade e o esforço superam a falta de ?tamanho?. Empunhando armas longas, revólveres e pistolas, elas assimilam as técnicas, atentas a todas as instruções. ?Aqui, tamanho não é documento. O importante é absorver e usar os ensinamentos diariamente. É ter consciência que não se pode falhar?, explica o tenente Lima, sem dar moleza às suas comandadas. Busca em edificações e combate com baixa luminosidade (à noite ou em lugares escuros) foram as matérias abordadas no último treinamento, cujas exigências eram agir com segurança, com surpresa e rigor. ?O bom policial é aquele que sai para trabalhar, cumpre seu dever e volta vivo para casa?, alerta o oficial, obrigando o grupo todo a repetir inúmeras vezes os exercícios.

E que ninguém duvide da capacidade das jovens policiais, que já são vistas diariamente compondo as equipes que patrulham o centro e outros 35 bairros de Curitiba. A Tribuna, que acompanha a formação das garotas já testemunhou a forma dura e eficiente com que elas atuam, sem perder o charme ou borrar a maquiagem.

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