Duplo homicídio na Penitenciária Estadual de Piraquara

Por motivos ainda não apurados pela polícia, dois detentos da Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP) foram assassinados com mais de 40 golpes de estoque (arma improvisada), às 15h45 de ontem, durante o banho de sol. Gilberto Rodrigues Bozza, 36 anos, condenado a 46 anos de reclusão por vários crimes -entre eles seqüestro e homicídios – e Lindomar Tibes, 26, condenado a 26 anos de prisão por roubos e homicídios, foram cercados por quatro detentos (cujos nomes não foram fornecidos pelas autoridades) no pátio de convivência e assassinados com requintes de crueldade. Os agentes penitenciários, responsáveis pela segurança, nada puderam fazer para evitar as mortes.

Gilberto era natural de São Paulo e havia cumprido 11 anos e 11 meses de sua pena. Lindomar, seu colega de cela (ambos estavam recolhidos na 8.ª galeria), tinha cumprido 6 anos e 9 meses da pena, e era natural de Curitiba. Há informações que Lindomar, conhecido pelo apelido de ?Xiru?, era membro do Primeiro Comando da Capital (PCC). Recentemente, durante uma audiência no Fórum de Piraquara, surgiram boatos de que ele seria arrebatado da cadeia. Houve, de acordo com a polícia, reforço na vigilância no dia da audiência, mas nada aconteceu.

Briga

Os quatro autores do duplo homicídio foram autuados em flagrante pelo delegado de Piraquara, Geraldo João Celempski. Por questão de segurança, o policial preferiu ir com sua equipe até a PEP. ?Por enquanto, não temos informações sobre o motivo do crime, mas vamos tentar apurá-lo?, comentou o delegado, prometendo para segunda-feira informações mais detalhadas do episódio.

O estoque usado pelos detentos foi apreendido e os corpos das vítimas removidos ao Instituto Médico-Legal.

Presídio

Sob a direção de Aclínio José do Amaral, a Penitenciária Estadual de Piraquara é considerada de segurança máxima e uma das mais modernas do Paraná. Tem capacidade para 543 presos em suas 169 celas. Custou aos cofres públicos R$ 8,5 milhões e conta com três túneis de acesso para que presos e visitas não conheçam a estrutura da unidade, para dificultar fugas e rebeliões.

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