Duas mortes simultâneas no Sítio Cercado

Dois homicídios, aparentemente sem ligação, ocorreram ao mesmo tempo, na madrugada de ontem, a poucas quadras de distância um do outro, no Sítio Cercado, em Curitiba. Um deles, atendido pelo cabo Roberval e soldado Lazarotti, da Polícia Militar, ocorreu na Rua São José, quando o serralheiro Nilceu Alves da Silva foi morto com dois tiros no peito, às 3h30. Também às 3h30, na Rua Nova Aurora,o pintor Lucan Dias Manzani, 25, morador da região, foi executado com um tiro no peito.

Segundo os relatos de Bruna Stimamilio aos investigadores da Delegacia de Homicídios (DH), ela e a irmã de Nilceu, Débora da Silva, o acompanhavam na saída de um bar, quando pararam na rua para decidir se iriam ou não continuar se divertindo em outro local. Nesse meio tempo, um grupo de aproximadamente 15 pessoas subia a rua, quando um dos rapazes do grupo mexeu com as meninas. Nilceu não gostou da provocação e foi tirar satisfações, sendo respondido com tiros por um rapaz que Bruna relatou chamar-se "Everton", que é seu vizinho e costuma sempre vê-lo pela rua.

Os familiares de Nilceu estiveram na Delegacia de Homicídios durante a manhã para retirar a guia de necropsia, quando Débora esclareceu que não estava com seu irmão na hora do crime. "Eu estava em casa, e a informação que chegou até nós era de que meu irmão reagiu a uma tentativa de assalto. Ele estava com a Bruna, além de outros dois amigos, a Michele e o Adriano", explicou. Com versões diferentes, apenas uma informação coincidiu, a de que "Everton" seria o autor do homicídio, reconhecido por Bruna.

Os familiares ainda disseram que Nilceu era evangélico. A esposa explicou que ele tinha se afastado da igreja, e que há uma semana e meia voltou a freqüentar os cultos, porém, ainda não tinha deixado de ir a bares. A mãe dele, Doraci da Silva, deseja que a polícia capture logo o autor do homicídio. "Assim como ele fez isso com meu filho, pode fazer com outros. Mas sou evangélica, entrego nas mãos de Deus", disse.

Simultâneo

O outro crime, atendido pelos soldados Dewis e Luiz Ribeiro, da PM, foi na Rua Nova Aurora, no mesmo horário do primeiro crime, quando o pintor Lucan Dias Manzani, 25, morador da região, foi executado com um tiro no peito. Segundo a testemunha que acompanhava a vítima, Sílvio da Rocha, eles andavam pela rua quando Lucan sentiu vontade de fazer xixi. Sílvio foi andando na frente, quando percebeu dois rapazes o seguindo. Um deles não teria gostado porque Sílvio olhou para trás, motivo suficiente para o rapaz sacar uma arma e atirar contra Sílvio e Lucan. Os dois amigos correram, quando se depararam com outra dupla de rapazes que vinha em sua direção e que assistiu ao entrevero. Por motivo ignorado, esta segunda dupla também abriu fogo contra os amigos, e um dos tiros atingiu Lucan. Sílvio conseguiu identificar um dos rapazes que os seguiam por primeiro, tratando-se de um rapaz moreno claro, aproximadamente 1,65 metro de altura, que vestia jaqueta branca e calça jeans clara. Lucan já tinha antecedentes criminais por furto e porte ilegal de arma, pelo 10.º Distrito Policial (Sítio Cercado).

Os investigadores da DH não conseguiram estabelecer uma ligação entre os dois crimes, porém, pelo fato de Nilceu ter sido atacado por um grupo numeroso de pessoas, há a possibilidade de os assassinos de Lucan fazerem parte do grupo.

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