Depósito de papéis “reciclava” carros furtados

Os bandidos estão inovando para driblar a polícia. Depois que a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos alardeou que iria “bater de frente” em todas as oficinas e revendas de peças de veículos usadas, à procura de desmanches, os ladrões começaram a agir sob outras fachadas. Ontem investigadores da especializada “estouraram” um desmanche que funcionava em um depósito de papéis, na Rua Ilda Amaral Vizinoni, 34, no Sítio Cercado. O dono do depósito, Rodrigues Antunes de Oliveira, 50 anos, foi preso e autuado em flagrante por receptação e adulteração de veículos. No depósito foram apreendidos três carros furtados.

O delegado Hamilton Cordeiro da Paz, titular da DFRV, salientou que desde que assumiu a especializada, em fevereiro deste ano, determinou que os investigadores fizessem vistorias em auto-peças e oficinas mecânicas, com o objetivo de diminuir os números de veículos furtados e roubados. “Se não tiver comércio para esses carros, a conseqüência é diminuir os índices desse crime”, deduz Hamilton. Sem se surpreender com um desmanche abrigado em um depósito de papéis, o delegado assegura: “Nós também inovamos nas investigações. Já há algum tempo não estávamos vistoriando somente oficinas e auto-peças, mas estabelecimentos diversos. O combate aos desmanches continua”.

Carros

No depósito foi encontrado o Fiat Uno placa AJP-2608, furtado no último domingo, quando estava estacionado na Rua Professora Maria Assunção, no Boqueirão. O veículo ainda estava intacto e com as placas originais. Também no local estava a Kombi, placa AIK-9041, furtada sábado, na Rua Doutor Levir Buquera, no Sítio Cercado. A Kombi já estava sem o motor. “Ele pretendia colocar em outra Kombi o motor”, disse o delegado. Ainda estava no depósito a Belina II placa ABD-4185, furtada no dia 2 de agosto, no centro de São José dos Pinhais. O carro já estava com a placa falsa ADE-5747.

Rodrigues contou que já foi preso pelo mesmo crime por policiais da Furtos e Roubos, há cerca de um ano. No xadrez da delegacia ele conheceu um homem chamado Álvaro, chamado de “Baixinho”. “Ele que deixou os carros lá. Eu ia ganhar R$ 100,00 só para guardar”, alegou. No interrogatório feito pela polícia, ele afirmou que Álvaro teria oferecido os carros pelo valor de R$ 400,00.

Voltar ao topo