Delegado pede prorrogação de prisões dos envolvidos com cartel de combustíveis

Oito dos 14 presos na Operação Medusa III, que desmanchou um cartel de postos de combustíveis em Londrina e região, na última quarta-feira, devem continuar na cadeia até o final da semana que vem. O delegado-chefe da Delegacia de Estelionatos e Desvios de Cargas, Marcus Michelotto, vai pedir a prorrogação dos mandatos de prisão temporária que vencem amanhã. Cinco pessoas, que segundo a polícia confirmaram a existência da quadrilha e forneceram informações, responderão o inquérito em liberdade. Michelotto afirmou ontem que espera agora uma ação da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e que a polícia está disposta a fornecer ao órgão as provas que colheu na operação.

Djalma Eugênio Guarda, Djalma Eugênio Guarda Júnior, Itauby Netto José Ramalho Guarda, Mauro Cezar Guarda, Márcio Jiovani Matiazi, Emilio Sergio Santaella, Amauri Peretti e Pires Godoy, e Rodrigo Werner Silva seriam, segundo o delegado, peças-chave no esquema e a liberação deles poderia prejudicar o andamento das investigações. ?Os depoimentos estão nos mostrando alguns detalhes do esquema. Alguns deles estão nos confirmando o alinhamento de preços e como tudo funcionava?, contou. De acordo com Michelotto os cabeças do esquema, que eram proprietários de grandes redes, alinhavam os preços e estabelecimentos menores se obrigavam a seguir. Caso contrário a quadrilha baixava muito o preço fazendo os menores falirem.

A polícia espera que a Agência Nacional de Petróleo (ANP) aja independentemente de comunicado oficial da polícia. ?Cabe à ANP fechar os postos. A polícia está à disposição da agência para apresentar qualquer esclarecimento sobre todas as operações Medusa, que envolveram esquemas com combustível?, destacou o delegado. No dia da operação o presidente do Sindicato dos Proprietários de Postos de Combustíveis do Paraná (Sindicombustíveis-PR), Roberto Fregonese, lamentou que a ANP não estivesse presente porque poderia avaliar também a qualidade do combustível vendido nestes estabelecimentos e, se fosse o caso, fechá-los.

Michelotto explicou que a ANP não foi comunicada oficialmente da operação porque todos os órgãos de fiscalização tributária que participaram procuraram a polícia para participar das investigações e das operações. Segundo ele, este não foi o caso da ANP. ?Estamos abertos a ceder a eles todo material que estamos investigando?, garantiu. A ANP informou apenas que faz fiscalizações periódicas e que vai colaborar com a polícia com o que for preciso para acabar com a adulteração de combustível.

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