Traços do abuso

Criança desenha ato de sexo e denuncia estuprador

Um motorista de ambulância terceirizado do Samu foi preso, suspeito de abusar sexualmente de um menino, de 7 anos, em São José dos Pinhais. Há cerca de um mês, o garoto fez um desenho na aula de artes, representado o homem com o pênis em sua boca. A professora denunciou o caso à Guarda Municipal, que acionou a Delegacia da Mulher e do Adolescente do município.

De acordo com a polícia, Humberto João Schonrock Filho, 33 anos, oferecia jogos de videogame em troca dos “carinhos”. Ele foi preso na semana passada, com mandado de prisão preventiva. Humberto é amasiado, tem um filho de outro casamento e não tem antecedentes criminais, segundo a delegada Márcia Rejane Marcondes, da Delegacia da Mulher. Ele vai responder por estupro de vulnerável.

Conhecidos

A polícia acredita que o abuso acontecia desde o ano passado, quando o preso conheceu a mãe da vítima, mas não sabe quantas vezes o garoto fez sexo oral com o motorista. “A professora perguntou quem eram as figuras no desenho e o menino respondeu que era o ‘Gordo’, como ele chamava Humberto”, contou a delegada.

O motorista sugeriu à polícia que o garoto pode tê-lo flagrado fazendo sexo com a mãe e fez o desenho em cima do que viu. “O garoto é muito claro ao descrever o que desenhou”, afirma a delegada. Apesar de Humberto não ter antecedentes, a polícia continua investigando no sentido de descobrir se ele fez novas vítimas.

A vítima foi assistida pelo Conselho Tutelar e, segundo a delegada, já voltou para a escola. Márcia ainda deverá ouvir mais pessoas para descobrir quantas vezes o menino foi submetido ao ato sexual. Sabe-se que Humberto deixou o emprego de motorista em São José dos Pinhais na metade do ano passado, e trabalha em Curitiba.

Tudo começou com socorro

A mãe do garoto conheceu Humberto, quando o pai dela precisou ser levado para o hospital. A partir de então o motorista passou a frequentar a casa do menino. A mãe negou, em depoimento, que se relacionava amorosamente com o suspeito. Humberto também nega ter abusado da criança. “Ele afirma que ia lá apenas para vender jogos para o garoto”, comentou a delegada. O menino relatou que Humberto costumava levá-lo até o fundo da residência, perto de um matagal. “Se ele fazia o que Humberto queria, ganhava o CD de jogos”, disse Márcia.