Falcatrua

Clientes da Interlaken dizem que vouchers tinham códigos falsos

O Natal terminou com dor de cabeça pra mais de 300 pessoas. A ressaca foi causada pelo fechamento da operadora de turismo Interlaken, há mais de 30 anos no mercado. Os clientes que compraram pacotes com a agência souberam da suposta falência em publicação na página da empresa no facebook, no sábado. Eles se reuniram ontem, em frente à sede da empresa pra se manifestar.

Lamentamos muito o ocorrido e faremos o possível pra sanar os danos causados a cada um dos clientes. Pedimos a gentileza que nos contatem através do e-mail contatointerlaken@gmail.com. Com o encerramento de nossas atividades a Interlaken não poderá honrar com as reservas”.

Desconfiança

De acordo com o advogado Paulo Roberto Nascimento, um dos centenas de clientes lesados, não existe falência nesse caso. “Eles fecharam a empresa no dia 02 de dezembro, mas continuaram a vender pacotes até o dia 24. Constatamos dois tipos de golpe: contra o consumidor, por falha na prestação de serviço e estelionato”, relata Paulo.

Mariana Probst Bogus, advogada e outra cliente lesada, a empresa entregou vouchers com códigos falsificados. “Entramos em contato com hotéis e companhias aéreas e nos informaram que a reservas não haviam sido feitas por falta de pagamento. Um hotel, inclusive, afirmou que não era mais parceiro da Interlaken há dois anos pois eles não eram bons pagadores”, conta a advogada. André Luiz Santos, corretor de seguros, comprou em setembro uma viagem pra Tóquio em abril de 2016, incluindo hotel e transferência no valor de R$ 5.236. Ele pagou quase R$ 1.500 de entrada e parcelou o restante em oito vezes no boleto. “Tentei ligar pra agência e o telefone não atende. Vou entrar com a ação coletiva e também vou ver como fazer em relação a viagem que foi financiada. Vou tentar cancelar o financiamento ou pagar somente a parte sem juros. Infelizmente é complicado porque tinha planejado tudo, estava economizando”, conta André.

Mariana também relata que além de papéis falsificados, reservas não feitas e pagamentos não efetuados, a operadora de turismo também realizou cobranças em duplicidade. O grupo vai procurar a Delegacia de Proteção ao Consumidor, a Delegacia de Estelionato, o Ministério Público e também o Procon. Pelos relatos nos grupos do whatsapp formados por 200 clientes, o prejuízo pode ultrapassar facilmente os R$ 500 mil.

Orientação

A Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor informou que o Ministério Público do Paraná está colhendo informações sobre o caso pelo e-mail consumidor@mppr.mp.br. Cidadãos lesados devem encaminhar para o e-mail, com o título “TURISMO”, identificação pessoal (nome completo, número do CPF e endereço), assim como cópia do contrato com a empresa e outras documentações que considerarem necessárias. A Promotoria também recomenda que os lesados procurem até o dia 3 de janeiro, o Ciac-Sul, no Portão (3212-6100), e, a partir do dia 4 de janeiro a Delegacia de Crimes Contra a Economia e Proteção ao Consumidor, pra fazer boletim de ocorrência. A Promotoria vai abrir inquérito pra apuração completa do caso.