Cervejaria pode ser fachada para o narcotráfico

A Polícia Federal investiga um possível enriquecimento ilícito por parte da família Faria, oriunda de Fernandópolis (SP). O Ministério Público já denunciou o fazendeiro João Faria, 53 anos, como narcotraficante e acredita que as empresas ligadas à família (fábricas de refrigerante e cervejaria) sejam usadas para a lavagem de dinheiro relacionada ao tráfico de drogas. Essa suspeita baseia-se no gigantesco crescimento do patrimônio da família em menos de 20 anos. Walter Faria, irmão de João, por exemplo, é atualmente um empresário do ramo cervejeiro, mas na década de 80 comercializava ovos em sua Kombi pelas ruas de Fernandópolis.

João e o corretor de imóveis e veículos Zaqueu Manente, 52, foram presos no início do mês em São Miguel do Guaporé, em Rondônia, e transferidos para o prédio da Polícia Federal, em Cuiabá (MT). Posteriormente levados a Rio Preto, onde estão detidos desde 8 de abril. Eles estavam foragidos desde 15 de março quando a PF apreendeu 90 quilos de cocaína pura no fundo falso de uma camioneta conduzida por João Batista Coradini, que está preso em Fernandópolis. A droga vinha da Bolívia. Essa apreensão de cocaína é que deu início ao inquérito contra Faria.

Enriquecimento

O patrimônio da família Faria, de origem humilde na década de 80, começou a aumentar nos anos 90 durante a conhecida década de ouro da plantação de algodão na região. Walter comprou uma algodoeira e prosperou. Ainda naquela década ele vendeu a algodoeira e entrou para o ramo de distribuição de bebidas, tornando-se o principal distribuidor regional da marca Schincariol. Segundo fontes, há pouco tempo ele se desligou da Schincariol e teria comprado uma cervejaria, em Petrópolis (RJ).

Um detalhe que chama atenção é o forte esquema de segurança idealizado em torno de Walter. Seja em unidades de distribuição da bebida ou nos escritórios das empresas, todos os seguranças trabalham fortemente armados.

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