Bêbado e drogado provoca tragédia familiar

Para defender a mãe e a si mesmo, Reinaldo Adriano Socorro Rocha, 22 anos, atirou contra o próprio irmão, Antônio Cidnei da Rocha, 32, às 3h45 de ontem, na Rua Tiradentes, em Agudos do Sul. Antônio, mesmo ferido tentou ir atrás de Reinaldo, mas não resistiu e caiu morto dentro de casa. O atirador chamou a Polícia Militar, foi conduzido à delegacia de Fazenda Rio Grande, e autuado em flagrante.

As agressões à mãe dele, Amélia, de 50 anos, e à irmã eram freqüentes. Segundo relatado nos depoimentos colhidos pela delegada Delair Manfron, Antônio não trabalhava, bebia, usava drogas e costumava chegar violento em casa. Pesava contra ele uma tentativa de homicídio, na qual teria esfaqueado outro homem, além de vários casos de furto. Reinaldo pouco presenciava a violência cometida pelo irmão, pois trabalhava a semana toda em uma serraria e ia para casa dos pais só nos fins de semana.

Faca

Ele estava dormindo, quando de sobressalto foi acordado pelos gritos de socorro de sua mãe. Reinaldo se levantou e viu o irmão com uma faca na mão partindo para cima de Amélia. Ele tentou impedir que a agressão continuasse, mas não adiantou. “Lembrei que o Antônio guardava um revólver em baixo da cama e peguei a arma”, relatou. O revólver, calibre 38, seria usado apenas para assustar Antônio, mas, segundo Reinaldo, a arma disparou quando o irmão vinha em sua direção, com a faca na mão.

Logo depois do tiro, o jovem jogou o revólver fora do alcance de Antônio, que ainda com a faca na mão tentou acertá-lo. Em seguida, caiu já sem vida. Ao ver que havia matado o irmão, Reinaldo voltou a pegar o revólver e, desesperado, tentou se matar, mas foi impedido pelas irmãs e pela mãe. “Ele é um rapaz trabalhador e sem passagens pela polícia”, disse a delegada, explicando que ele permanecerá detido até que a Justiça dê um parecer sobre o caso.

Resignado, Reinaldo pediu perdão à família, mesmo sabendo que se não houvesse parado o irmão, a família toda corria risco de ser morta. “A gente tem que pagar pelo que fez”, disse, antes de ir para a carceragem da delegacia. Segundo registros da Polícia Militar, vários atendimentos já haviam sido feitos naquele endereço, pela agressões que Antônio promovia.

Voltar ao topo