Barbárie em Colombo será reconstituída hoje

Quinze dias depois da morte do garotinho Vinícius Félix Nascimento, 5 anos, e da babá Josiane Taborda de Oliveira, 14, o acusado da barbárie volta ao local do crime, mas desta vez acompanhado da polícia. Hoje, Jairton Cardoso, 32, irá participar da reconstituição do duplo homicídio, que acontecerá na casa onde morava o menino, em Alto Maracanã, Colombo. A ação será comandada pelo delegado Messias Antônio Rosa, do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), e contará com o acompanhamento de peritos criminais e de um médico psiquiatra.

Um forte esquema de segurança, montado por policiais militares e do Cope, será feito para garantir a integridade do preso, uma vez que a família e amigos de Josiane moram próximos do local. Segundo o delegado, o objetivo da reconstituição será sanar algumas dúvidas que ainda pairam, quanto o modo como ele teria cometido o crime. A principal delas gira em torno da arma que teria sido usada, mas ainda não foi encontrada. Laudos do IML afirmam que o menino foi morto com um tiro na nuca, porém o acusado garante que usou apenas uma faca. "Durante a reconstituição ele mostrará passo a passo como agiu naquele dia, e com isso saberemos como Jairton matou os dois", disse Messias.

Porém, antes de ser levado à casa onde as vítimas foram mortas, Jairton passará por uma bateria de testes, aplicados por psicólogos e psiquiátras do IML. As entrevistas, que acontecerão hoje pela manhã, deverão diagnosticar se Jairton sofre ou não de insanidade mental. "Se for confirmado que ele possui distúrbios mentais, o juiz deve encaminhá-lo para o manicômio judiciário, caso contrário ele será julgado como um preso comum", contou o delegado, lembrando que Jairton deve aguardar a decisão judicial no Cope, onde está detido desde o último dia 24, isolado dos demais presos.

De acordo com o médico psiquiatra e chefe do departamento de Hipnose Forense do Instituto de Criminalística, durante a entrevista que ele teve com Jairton, na semana passada, foi possível diagnosticar que, talvez, a tragédia poderia ter sido evitada. Quando questionado sobre sua religião, o acusado contou que tomava fortes medicamento, psiquiátricos, mas que parou o tratamento depois que passou a freqüentar certa religião. "Disseram para ele não tomar os medicamentos, que Jesus iria lhe curar, e foi o que ele fez. Talvez, se continuasse se tratando com remédios, a história poderia ter sido diferente", acredita Sampaio.

Apesar de Jairton ter confessado o crime, a polícia ainda não conseguiu materializá-lo. As roupas encontradas na casa do acusado, e que estariam manchadas com o sangue das vítimas, foram levadas para exame. Na camisa de Jairton, peritos não conseguiram coletar nenhuma amostra, uma vez que a peça estava apenas suja de barro. Já a calça ainda está sendo analisada.

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