Aumenta a apreensão de pedras de crack no Paraná

O volume de apreensão de pedras de crack vem aumentando de forma gradativa no Paraná. De acordo com o Departamento Estadual de Narcóticos (Denarc), somente nos quatro primeiros meses do ano foram apreendidos 59 quilos da droga, o dobro do volume apreendido durante todo o ano passado e o triplo do verificado em 2008.

Os números foram apresentados pela delegada do Denarc, Ana Paula Cunha Carvalho, durante reunião promovida pela Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa (AL) do Paraná para discutir a implementação de políticas públicas de prevenção e combate ao uso do crack no Estado.

Durante o encontro, que contou com a participação de autoridades das áreas de segurança e saúde, Ana Paula revelou que a expectativa é de que o número de apreensões cresça ainda mais até o final do ano. “Isso pode significar um aumento do consumo do crack, o que nos preocupa muito”, afirma.

Para o presidente da Comissão de Saúde da AL, Ney Leprevost, a reunião foi importante para ouvir das autoridades de segurança e saúde a realidade a ser enfrentada, já que a maioria das medidas para a inibição da droga passa por uma adequação da legislação e requer recursos públicos federais.

“Entendemos que precisamos agir em três frentes: no combate ao tráfico, na prevenção para evitar que mais pessoas se tornem novos usuários e na recuperação de dependentes”, afirma.

Segundo o deputado federal, Alceni Guerra, autor de um projeto recém aprovado na Câmara Federal, que prevê a criação de um Frente Parlamentar da Saúde Contra o Crack, são mais de 1 milhão de usuários de crack no País número que vem subindo numa proporção geométrica.

“Se não agirmos, daqui a pouco nós teremos milhões de usuários porque é uma droga muito barata e que tem um efeito eufórico dez, vinte vezes maior do que qualquer outra droga”, diz.

O deputado também critica a forma como é tratada a recuperação dos dependentes. Segundo ele, é preciso subsidiar o tratamento de dependentes do crack e financiar a estruturação das clínicas de recuperação.

“Sem a internação hospitalar por 15 a 20 dias, a substituição da cocaína por antidepressivos modernos, que eliminem o desejo, a fissura, o tratamento fracassa”, diz.

Já o vereador de Curitiba, Tico Kuzma, afirma que é preciso tratar o problema do crack como uma epidemia. “Muito se fala da gripe A e de outras endemias, mas o crack mata famílias da mesma forma. Por isso, é importante discussão para divulgar e sugerir polícias públicas para inibir o problema”, afirma.

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