Assassinato interrompe o namoro

A mesma penumbra que atraiu um casal a namorar no carro serviu como chamariz para uma dupla de assaltantes. O auxiliar de produção Gilcélio Batista de Oliveira, 21 anos, dono do veículo, indignou-se com a brusca interrupção do romance e tomou a equivocada atitude de lutar contra o bandido armado. Acabou levando um tiro e morreu, às 4h40 de ontem, na marginal da BR-476 (antiga 116), Pinheirinho.

Gilcélio e o amigo José saíram do Jardim Alvorada, em Araucária, a fim de aproveitar a noite de sábado no Bailão Norte-Sul. O auxiliar conheceu e conquistou a desempregada Onice, 24 anos, moradora em Fazenda Rio Grande. Dançaram, beijaram-se e na saída entraram no carro do rapaz, o Gol AEK-4050, modelo antigo.

Assalto

O clima foi esquentando e Gilcélio, que havia se identificado apenas como “Téo” e afirmado que tinha 24 anos, sugeriu avançar o carro alguns metros para que evitassem a claridade do bailão. Foi sob essa meia-luz que logo em seguida chegaram dois desconhecidos, cada um batendo numa janela.

Um deles tinha um revólver nas mãos e falou que era um roubo. Queriam o carro, e Gilcélio foi obrigado a ceder o lugar no banco do motorista. Mas a imperícia do ladrão desarmado, que não conseguiu dar a partida, motivou a vítima a pedir que desistissem. “Cala a boca, só queremos o carro”, disse um dos bandidos.

Luta

Durante essa breve discussão, Gilcélio resolveu arriscar e atracou-se contra o assaltante armado, num instante de descuido deste. Durante a luta a porta abriu-se e os dois caíram no chão. Mas o bandido tomou o domínio e, apoiado pelo comparsa, que o instigava a atirar, apertou duas vezes o gatilho. Um dos tiros atingiu Gilcélio, que morreu no local. Os ladrões fugiram em seguida, a pé, provavelmente levando a carteira do auxiliar. Os parentes dele notaram a falta dos documentos.

A Delegacia de Homicídios registrou o caso e ouviu preliminarmente a acompanhante da vítima. Onice e outras eventuais testemunhas deverão ser interrogadas pela Delegacia de Furtos e Roubos, que tomará a responsabilidade pela investigação.

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