Agiota assassinado dentro de casa

O agiota e advogado aposentado Darci Antônio Ferrari, 54 anos, já previa algo ruim. Às 16h de ontem, ele ligou para sua melhor amiga e disse: "Se algo acontecer comigo, os cheques e o dinheiro estão na gaveta da cozinha, e não deixe minha ex-mulher entrar em casa". A informação foi dada pela própria amiga à equipe de peritos do Instituto de Criminalística e aos investigadores da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) e da Delegacia de Homicídios (DH), acionados tão logo ocorreu o assassinato da vítima.

Darci, que morava com a irmã, chegou em casa por volta das 18h de ontem e parou sua picape Corsa em frente ao sobrado na Rua Sebastião Alves Ferreira, Bairro Alto. Ele tinha acabado de sair de uma lanchonete na esquina e, segundo moradores, ao entrar em casa surpreendeu dois indivíduos que, assustados, reagiram e atiraram. O agiota levou dois tiros, um dentro de casa, na porta da cozinha, e outro do lado de fora, ao lado de seu carro. Vizinhos que ouviram os tiros disseram que ele rodeou o veículo ferido e foi socorrido ainda com vida, porém não resistiu à hemorragia interna da bala que transfixou o peito. Um popular disse que viu dois rapazes correndo do local, porém não soube identificá-los. Um deles gritou "a arma disparou", passando a mão na cabeça.

Uma cápsula e um projétil de pistola 380 foram encontrados no interior da residência e a perícia procurava pela segunda bala que atingiu o aposentado. Darci carregava dinheiro na jaqueta cinza que usava e os bandidos provavelmente sabiam da existência e do local onde os cheques dos clientes de Darci eram guardados. Na gaveta da cozinha, somente dois talonários de cheques em nome da vítima foram localizados. Investigadores da DFR e da DH verificam as hipóteses de homicídio e de latrocínio. Sendo homicídio, os investigadores trabalham com a possibilidade de vingança, devido à profissão que a vítima exercia. Moradores da região foram unânimes em dizer que Darci era uma pessoa pacata, amigo de todos, e que não tinha nenhum desafeto. O investigador Edemilson Camargo, da DFR, disse que conhecia a vítima, atestando ser um bom vizinho. O corpo será levado ao IML, onde os resultados dos exames complementares poderão ajudar nas investigações.

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