Depois de quatro anos e dois meses preso na Casa de Custódia de Curitiba (CCC), acusado de ter atirado no empresário Paulo Gustavo de Freitas Turkiewcz, 33 anos (herdeiro da extinta rede de lojas Disapel), o catarinense Altaídes Prestes Lemos, 44, terá pela primeira vez a chance de falar a respeito do caso.
Ele, que foi denunciado por outro envolvido na trama, nunca foi ouvido pela polícia ou pela Justiça e será levado a julgamento, hoje, às 9h, pelo 2.º Tribunal do Júri.
Altaídes nega qualquer envolvimento no caso, cujo mandante seria o advogado Guilherme Navarro Lins de Souza, amigo pessoal da vítima e com quem mantinha alguns negócios.
Guilherme já foi pronunciado pela Justiça e em breve também deverá ser levado a julgamento, juntamente com Sebastião Gouveia Sobrinho. A quarta peça do quebra-cabeça é o torneiro mecânico Rogério Juliano Gonçalves, condenado, em 19 de fevereiro do ano passado, a 13 anos e 10 meses de reclusão, pela co-autoria no assassinato.
Trama
O resumo do episódio dá conta que Guilherme fez negócios escusos com Paulo Gustavo, desviando milhões de reais para contas no exterior. Quando Paulo quis tomar satisfações sobre o que estava acontecendo, o advogado chamou Sebastião e Rogério – dois estelionatários de seu relacionamento – para que “dessem um jeito na situação”.
Ambos então chamaram Altaídes, para que “desse um susto” no empresário. O assassinato aconteceu na noite de 1.º de abril de 2003, em um clube em Santa Felicidade.
Capturado
Preso em junho de 2005, em Camboriú, usando documentos falsos, Altaídes já estava identificado no processo, apontado por Rogério como autor dos tiros. Guilherme e Sebastião em nenhum momento o citaram nos autos (ambos estão respondendo ao processo em liberdade).
O júri de hoje será presidido pelo juiz Daniel Ribeiro de Avelar. Na defesa atuará Matheus Gabriel Rodrigues de Almeida e na acusação, além da promotora Lúcia Inez Giacomitti Andrich, estará também o assistente contratado pela família da vítima, Roberto Brzezeinski Neto.