Acusado de duplo homicídio vai a júri hoje

Acusado de matar duas pessoas, Roberto Carlos Chagas, de 32 anos, será julgado hoje no Tribunal do Júri por um crime ocorrido há quase dez anos. Chagas, também conhecido como “Polaco Boquinha” ou “Polaco Pescoço”, já era foragido da Justiça em 2 de março de 94, quando dois presidentes de associações de bairros de Curitiba – da Vila Pompéia e do Vale do Passaúna -foram assassinados a tiros. O acusado teria agido em companhia de mais dois comparsas. Na época, Chagas estava foragido da Colônia Penal Agrícola, onde cumpria pena por assalto e porte de arma. Atualmente ele está preso.

Os dois homicídios aconteceram com menos de uma hora de intervalo. De acordo com a denúncia do Ministério Público, Chagas e um homem conhecido como “Maico” ou “Feio” assassinaram Valério Pereira -na época com 59 anos – em frente ao pátio da Igreja Santo Antônio, na Vila Gralha Azul, Tatuquara, por volta das 19h. “Maico” teria imobilizado a vítima para que Chagas, que estava armado, o matasse com dois tiros. Junto com eles estaria um adolescente, também comparsa do crime.

Testemunha

Havia ainda outra vítima do grupo – o advogado Everaldo Bergonzini, um conhecido de Valério Pereira, com quem tinha negócios no setor de imóveis. Bergonzini é peça-chave para esclarecer detalhes dos crimes. Ele está arrolado como testemunha de defesa para o julgamento de hoje. O advogado, que estava junto com Valério quando este foi agredido, foi levado como refém em seu próprio veículo – um Del Rey preto – depois do assassinato do amigo. O corpo da vítima foi colocado no porta-malas do carro e Bergonzini, que assistiu à execução, teria sido obrigado a dirigir o carro.

Dando seqüência ao crime, Chagas, “Maico” e o adolescente seguiram no Del Rey do advogado até a casa de um conhecido, onde compraram munição para a arma. Em seguida, por volta das 20h, chegaram à residência da segunda vítima – Auri Paulo Valério, o “Jacaré”, na época com 36 anos. “Jacaré” estava sozinho em casa, na Rua Projetada, no Morro do Piolho (CIC) e foi chamado pelo grupo. Ele também foi assassinado com dois tiros. Bergonzini, ameaçado pelos bandidos, teria presenciado também este crime, mas depois foi liberado pelo grupo sem ferimentos. O motivo dos dois homicídios seria vingança.

O júri, presidido pelo juiz Rogério Etzel, está previsto para começar às 9h. Na defesa do réu está o advogado Dálio Zippin Filho e na acusação atua a promotora Lúcia Inês Giacomitti Andrich.

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