Acidente deixa três mortos e três feridos

Um cenário desolador tomou conta de parte da BR-476, nas proximidades de Contenda, na tarde de ontem. Peças de veículos espalhadas pela estrada, vaivém de ambulâncias, carros policiais e do Corpo de Bombeiros revelavam a gravidade do acidente. Dois veículos modelo Gol (um branco e outro vermelho) e uma carreta se envolveram numa colisão que tirou a vida de três pessoas e deixou outras três feridas, por volta das 14h20. A tragédia poderia ter sido evitada se a sinalização existente na rodovia tivesse sido respeitada.

De acordo com o policial rodoviário Edilson, numa curva pouco acentuada, no quilômetro 169,6 da rodovia, o Gol vermelho placa ADS-7944, que trafegava sentido Curitiba-Lapa, iniciou uma ultrapassagem, ignorando a faixa contínua existente no local. No sentido contrário da pista vinha a carreta Volvo placa AJJ-4894, sem carga. O Gol bateu na lateral do caminhão que se desgovernou e passou para o sentido contrário, colidindo frontalmente contra o Gol branco, placa ALU-2551, que acompanhava o primeiro automóvel. A violenta colisão logo provocou um incêndio que consumiu parte da cabina do caminhão e queimou totalmente o já destruído Gol branco. Os três ocupantes do carro morreram carbonizados presos nas ferragens. Foram identificados como Fábio Antônio Gavlak, 21 anos; Joelcio de Jesus Martins dos Santos, 22, e Anderson Ganzert, 24. O motorista do caminhão, Walter Bento dos Santos, 53, sofreu queimaduras nos braços e foi levado para o hospital de Contenda.

O primeiro Gol – que colidiu na lateral do caminhão – também se desgovernou e alguns metros adiante saiu da pista e capotou, causando ferimentos em seus dois ocupantes, que seriam Luís Carlos Horning, 33, e William Silva Socela, 27. Os dois foram transportados por ambulâncias da concessionária Caminhos do Paraná, empresa responsável pelo gerenciamento daquela rodovia, até o hospital de Contenda. Dali, William foi para o NIS III, em Araucária, e liberado após atendimento. Já Luís Carlos foi encaminhado, em estado grave, para o Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul.

Amigos

Conforme dados coletados no local do acidente, os dois carros transportavam jovens que se conheciam e trabalhavam juntos na Central de Abastecimento (Ceasa) em Curitiba, onde possuíam um box para a distribuição de suas mercadorias. Eles estavam retornando para suas residências, na Lapa, depois de mais um dia de trabalho. A proximidade do local da tragédia e da cidade onde as vítimas moravam fez com que familiares se deslocassem para lá, criando um clima de muito desespero e comoção. Pais, irmãs e parentes choravam a perda dos entes queridos e se desesperavam diante da situação.

A impossibilidade de reconhecimento das vítimas carbonizadas aumentava ainda mais o drama de parentes. O pai de uma das vítimas (Gavlak) disse que reconheceu um dos pertences de seu filho ao lado do banco de passageiro do veículo. “Ele tinha um problema na perna e andava com a ajuda de bengala, por isso não podia dirigir”, explicou o pai ao ver o objeto que aparentava ser a bengala. O carro incendiado estava em nome de Gavlak, mas era conduzido por um dos seus companheiros de trabalho.

A rodovia BR-476 tem constante tráfego de caminhões e pista simples no trecho do acidente, o que a torna perigosa. Na edição de quarta-feira, a Tribuna já havia publicado em sua primeira página uma seqüência de fotos comprovando o constante risco de colisões naquela rodovia. Na ocasião, foi flagrado um automóvel realizando uma ultrapassagem perigosa, em plena luz do dia e durante a volta do feriado, quase colidindo contra um caminhão que fazia sentido contrário. No acidente de ontem, a rodovia teve seu trânsito interrompido durante o trabalho inicial do Corpo de Bombeiro e policiais rodoviários. A interrupção ocasionou um engarrafamento de cerca de três quilômetros em ambos os sentidos, conforme explicaram os policiais rodoviários Edilson e Pinheiro.

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