Vítima reage a arrastão depois de Paraná x Corinthians e mata um

Dia de jogo do Corinthians no Estádio do Pacaembu está virando dia de arrastão. Nos últimos três jogos que a equipe fez em São Paulo, a polícia registrou cinco arrastões praticados por “desconhecidos trajando camisas do Corinthians”, segundo os boletins de ocorrência. Em um dos casos, a vítima foi espancada e acabou internada em um hospital.

Mas o mais grave ocorreu no domingo, após o jogo contra o Paraná Clube: um corintiano que participava de um arrastão com outros torcedores foi morto a tiros por uma vítima que reagiu. O atirador fugiu. Três amigos do morto foram presos pela Polícia Militar e reconhecidos por vítimas do arrastão.

O crime ocorreu às 18h45, na Rua Robert Bosch, perto da estação Barra Funda do metrô. Quando os PMs chegaram, encontraram o lavador de carros Alexandre Santos de Melo, de 24 anos, sendo socorrido por uma ambulância. Os médicos disseram que Melo participava do arrastão quando foi alvejado por uma vítima. Três amigos que acompanhavam o socorro de Melo foram abordados pelos policiais. Com um deles foi encontrado um relógio roubado pouco antes pelo grupo. Perto deles havia documentos de vítimas, talões de cheques e cartões de banco.

A princípio, os três disseram aos policiais que andavam na rua quando viram um grupo de pessoas discutindo e uma delas, afirmaram, disparou o tiro que atingiu seu colega. Mas, a caminho do 23.º Distrito Policial, os policiais cruzaram com um estudante e um operador da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que pediam socorro, contando ter sido vítimas de um arrastão de corintianos. Por coincidência, os três detidos – Carlos Eduardo da Silva, de 21 anos, Carlos Alberto Benedicto, de 19, e o adolescente T.A.A., de 14 estavam entre os ladrões que tinham roubado as vítimas. Relógios  cartões de banco e cheques do estudante e do operador foram achados com o grupo. ?Ultimamente tem se transformado em rotina a ocorrência de arrastão em jogos do Corinthians?, disse o delegado Edson Leal, do 23.º DP.

As Polícias Civil e Militar pretendem fazer rondas para evitar novos casos como o que ocorreu na quinta-feira passada, na Rua Tupi, em Santa Cecília quando torcedores do Corinthians espancaram Antônio Pereira Filho, de 21 anos, antes do jogo contra o Bahia. Socorrido e levado ao hospital pelos bombeiros, o rapaz ficou internado em observação. No mesmo dia, torcedores fizeram arrastão na Avenida Pacaembu e na Rua Traipu, em Perdizes. No dia 12, o arrastão foi na Avenida Francisco Matarazzo.

O capitão Aurélio Santana Neto, comandante da 2.ª Companhia do 23.º Batalhão, afirmou que a PM começa o policiamento nos dias de jogos três horas antes e termina duas horas depois da partida. Os policiais acompanham os torcedores pelas vias principais até os locais de dispersão, como estações de metrô. ?Por onde vão passando, eles deixam estragos. São ações oportunistas, que ocorrem onde não estamos?, afirmou o capitão.

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