Visita de Bush ao Brasil inclui revisão sobre extradições

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, virá ao Brasil no início de março como parte do esforço para intensificar a agenda diplomática entre os dois países. O anúncio foi feito pela Casa Branca ontem, em Washington, e mostra que avança rapidamente essa aproximação, cujos primeiros passos foram dados com a visita de autoridades norte-americanas ao Brasil nesta semana.

Ontem, estavam em Brasília o secretário de Justiça dos EUA, Alberto Gonzalez, que acertou a revisão do tratado de extradição entre os dois países, e o subsecretário de Estado para Assuntos Políticos, Nicholas Burns. Em breve serão definidas as datas da vinda da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, e da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Washington.

Bush vem ao País em um giro pelas Américas que incluirá Uruguai, Colômbia, Guatemala e México. Ele deixa os Estados Unidos no dia 8 de março e, em São Paulo, irá se encontrar com Lula e representantes de outros setores da sociedade. Item importante do encontro será ?energia alternativa?, informou a Casa Branca. Os EUA têm proposto parceria para produção de etanol, que deve incluir um projeto-piloto para produção do combustível em um país da América Latina.

Extradição

Na reformulação do atual tratado de extradição entre Brasil e EUA, em vigor desde 1961, a intenção é incluir os crimes pela internet, de lavagem de dinheiro, terrorismo e pedofilia. O texto atual só prevê a extradição por 32 crimes e ficou obsoleto.

O novo tratado, que deve estar pronto ainda neste semestre, tende a tornar mais fácil, por exemplo, a eventual extradição do casal Sônia e Estevam Hernandes, da Igreja Renascer, que tentou entrar nos EUA com US$ 54 mil não-declarados. O casal está com a prisão preventiva decretada no Brasil. O Ministério da Justiça informou que apresentará aos EUA pedido de transferência com base no Tratado de Palermo, do qual os dois países são signatários e que prevê a extradição por lavagem de dinheiro.

A decisão de reformular o tratado de extradição foi anunciada após encontro do secretário Alberto Gonzalez com o ministro Márcio Thomaz Bastos, da Justiça. Também ficou acertada a criação de um fórum permanente para estreitar a cooperação no combate a terrorismo, crime organizado e tráfico de drogas e em outros temas ligados à segurança pública.

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