Vice de Tecnologia da Caixa depõe na CPI e irrita senadores

A vice-presidente de Tecnologia da Caixa Econômica Federal (CEF), Clarice Copetti, disse hoje na CPI dos Bingos que em nenhum momento o ex-presidente da instituição Jorge Mattoso admitiu para seus subordinados que estava envolvido no episódio de violação da conta do caseiro Francenido dos Santos Costa. Segundo ela, na reunião que teve com a equipe, após depor na Polícia Federal, Mattoso teria se limitado a dizer que encaminhou os dados do caseiro ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), subordinado ao Ministério da Fazenda. Teria ainda assegurado que a quebra do sigilo bancário não ocorreu dentro da Caixa. A vice-presidente não deu explicações claras sobre o prazo de 15 dias solicitados pelos dirigentes da Caixa para chegar ao nomes dos responsáveis.

Clarice irritou os senadores da oposição ao minimizar os estragos que a violação da conta de Francenildo causou à imagem de uma das mais antigas instituições financeiras do País. Segundo ela, o que houve foi "um fato isolado" devidamente investigado pela Polícia Federal. Copetti também se negou a emitir opinião sobre o gesto de Mattoso de receber os dados decorrentes da violação da conta e repassá-los ao então ministro da Fazenda, Antonio Palocci. "O que me espanta é ter a senhora aqui, sem demonstrar indignação, eu esperava alguma coisa mais incisiva por ter trabalhado com ele (Mattoso). Até como cidadão, a senhora tem o dever de não ser fria diante de um crime como o que foi cometido contra o caseiro Nildo", protestou o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM).

Para o senador Heráclito Fortes (PFL-PI), Jorge Mattoso deveria ser novamente convocado a depor na CPI para explicar pontos ainda não esclarecidos sobre a quebra do sigilo. Um deles é o de informar de quem partiu a ordem para abrir a conta ilegalmente. "Ele mentiu aos senadores que foram na Caixa na semana passada, quando garantiu que nada sabia sobre a quebra do sigilo", lembrou. Dois senadores desta subcomissão, que estiveram com Mattoso e a sua diretoria – Álvaro Dias (PSDB-PR) e Wellington Salgado (PMDB-MG) – reconheceram que foram desrespeitados pelo então presidente da Caixa. "Ele sabia de tudo e negou tudo", lembrou Dias. Wellington disse que ele e seus colegas foram "feitos de bobos", inclusive por ter insinuado que servidores subalternos eram os principais envolvidos no episódio.

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