O comércio varejista abriu o ano de 2007 com alta de 8,5% no volume de vendas no país registrado em janeiro, comparado ao mesmo período do ano passado. O crescimento foi o maior alcançado pelo setor para o mês de janeiro desde 2001 e reflete a manutenção de condições econômicas favoráveis ao consumo, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio divulgada nesta quinta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Houve aumentono volume de vendas das oito atividades consideradas no levantamento. A maior influência foi o comércio de móveis e eletrodomésticos, cujas vendas cresceram 24,1% contribuindo com 40% para a composição do índice global.
Segundo Reinaldo Pereira, da Coordenação de Comércio e Serviços do IBGE, o desempenho positivo do setor é conseqüência da manutenção de condições favoráveis da economia e de promoções para queima de estoques de Natal.
Além das promoções de janeiro, as variáveis macroeconômicas renda, emprego, taxa de juros, inflação, câmbio vieram proporcionar esses resultados positivos. Teve melhoria da renda real por conta da queda da inflação, uma certa estabilidade no emprego, a redução de taxa de juros que torna o crédito mais barato e a estabilidade do câmbio, que proporciona maior importação, reduzindo o preço interno, destacou o economista.
Para Pereira, as condições macroeconômicas explicam tambémos bons resultados nas outras atividades do varejo. As vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo cresceram 4,9% em janeiro em comparação ao mesmo período do ano passado, e responderam pelo segundo maior impacto na formação da taxa nacional de 8,5%.
A atividade de Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico, que reúne segmentos como lojas de departamentos, de artigos esportivos e de brinquedos, teve alta de 16,4% no volume de vendas na comparação com janeiro de2006.
No caso dos combustíveis e lubrificantes, o aumento na comercialização em janeiro deste ano foi de 2,5%. O resultado foi o primeiro positivo depois de dois anos consecutivos de quedas observadas na comparação que considera meses semelhantes de anos anteriores. O IBGE atribui a variação estabilidade interna e redução do preço do petróleo no mercado internacional Ainda assim, o segmento mantém queda de 7,2% no volume de vendas para osúltimos 12 meses.
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria apresentaram volume de vendas 4,9% maior em janeiro deste ano do que em janeirode 2006. A diversificação na linha de produtos que formam a base de sustentação é apontada pela pesquisa como um dos fatores responsáveis pelo desempenho.
Equipamentos e materiais para escritório, informática ecomunicação obtiveram acréscimo de 13,1% no volume de vendas em janeiro, sobre igual mês do ano passado, influenciados pela queda de preços dos produtos deinformática e pela crescente importância desse tipo de produto no consumo das famílias.
As atividades voltadas a livros, jornais, revistas e papelaria tiveram crescimento de 6,7% no volume de vendas, explicado pelo aumento na comercialização de material escolar típica de início de ano.
O segmento de tecidos, vestuário e calçados, também ampliouem 6 5% suas vendas em relação a janeiro de 2006, embora considerando os últimos 12 meses continue posicionado bem abaixo (1,9%) da média global que éde 6,3% no período.
A pesquisa do IBGE também apontou crescimento nas vendas do comércio varejista no país em relação a dezembro de 2006. Comparada ao último mês do ano anterior a alta em janeiro foi de 1,8%.