O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza reiterou, nesta terça-feira, em Belo Horizonte, por meio da assessoria, que os repasses feitos ao PL, sob a orientação do ex-secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT Delúbio Soares, totalizaram R$ 10.837.500,00.
Deste total, R$ 6.037.500,00 foram destinados à empresa Guaranhuns – R$ 400 mil em Transferência Eletrônica Direta (TED) e R$ 5.637.500,00 em cheques nominais do Banco Rural – e os demais R$ 3.800.00,00 , também em cheques nominais do Rural.
A última transferência de verbas ao partido, segundo Valério, ocorreu em agosto de 2003. Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista do Mensalão, o presidente nacional da legenda, Valdemar Costa Neto, contestou a lista apresentada por ele com pagamentos à sigla e voltou a dizer que teria recebido R$ 6,5 milhões.
Costa Neto disse que ficou surpreso, ao receber um cheque da agência de publicidade SMP&B, em nome da Guaranhuns, uma vez que o dinheiro deveria ir para a agremiação. Sobre a participação da Guaranhuns nessa negociação, ele disse que nunca tinha ouvido falar no nome da empresa. Segundo Valério, a Guaranhuns foi apresentada a ele pelo tesoureiro nacional do PL, Jacinto Lamas, que foi indicado por Delúbio para receber os valores destinados ao partido.
O empresário afirmou que as empresas das quais participa societariamente, nunca tiveram qualquer tipo de relação com a Guaranhuns ou com quaisquer sócios da mesma, seja de natureza comercial, financeira ou pessoal, antes da apresentação feita por Lamas.
Valério garantiu que esta comprovação poderá ser obtida por meio da quebra do sigilo bancário e telefônico dele, dos sócios e das empresas das quais participa.
O empresário confirmou a veracidade de todos os valores, destinos e datas das operações constantes na relação entregue por ele às CPIs dos Correios e do Mensalão, à Procuradoria-Geral da República e à Polícia Federal (PF).