Universidades federais querem fundo para expansão de vagas

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) acredita que a reestruturação das universidades públicas depende, principalmente, da expansão do número de vagas nas instituições e da criação de um fundo estável, para garantir o planejamento das ações a médio e longo prazo.

?Um dos maiores sinais de subdesenvolvimento é a instabilidade orçamentária. Você não consegue fazer planejamento a médio e longo prazo, porque nunca sabe que recursos você vai ter no ano seguinte?, disse a presidente da entidade, reitora Ana Lúcia Gazolla.

Apesar de apontar a necessidade de um fundo para o financiamento das universidades públicas, a proposta de reforma universitária apresentada hoje ao ministro da Educação, Tarso Genro, não define de quanto seria e de onde viriam esses recursos.

Historicamente, a Andifes defendia a subvinculação de 75% do total de 18% dos recursos destinados à educação para a formação do fundo, mas, segundo Ana Lúcia, com as mudanças na tributação, esses valores já não seriam suficientes para resolver a crise nas universidades. ?Nós precisamos recalcular a base. Hoje quando você fala de 18%, não se fala de valores análogos, pois várias taxas foram excluídas desse total?, ressalta a presidente, que atualmente dirige a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O projeto apresentado ao ministro prevê, ainda, que o número de vagas nas universidades públicas dobre dos atuais 530 mil para mais de um milhão no prazo de quatro anos. Outro desafio será dobrar o número de mestres e doutores, mantendo a qualidade. ?Queremos dobrar o número de alunos de doutorado e mestrado e ao mesmo tempo distribuir esses cursos de pós-graduação no território nacional de maneira equilibrada?, disse ela.

A reitora também chamou atenção para a dificuldades encontradas pelas universidades em criar vagas noturnas. Pela proposta, cerca de 25 mil vagas seriam necessárias para promover a inclusão de alunos que trabalham durante o dia e que, geralmente, possuem renda familiar mais baixa. Segundo ela, o custo da energia elétrica utilizada para abertura de vagas noturnas é 9,8 vezes maior que no período diurno.

?Crescer nos cursos noturnos, que possuem comprovadamente o maior grau de capacidade de inclusão, é quase uma temeridade por causa das contas de energia elétrica?, destacou a reitora.

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