Universidade eletrônica

Os novos rumos da atividade administrativa e gerencial indicam que as instituições estão diante de constante vigilância de movimentos bem estruturados, da influência da mídia e da velocidade das informações.

É ponto pacífico que o reconhecimento das organizações está na rapidez de sua comunicação com as pessoas, das ações decisórias e da qualidade dos serviços prestados. Isso tudo reflete a própria revolução do século 21, que representará a explosão do conhecimento e a profunda alteração da maneira convencional de atuar.

A sociedade, nas suas manifestações sociais, econômicas e políticas, não admite mais estruturas fechadas, sem planejamento e subordinadas a regras administrativas ultrapassadas. As decisões de gabinete, o individualismo e a discricionariedade não encontram mais espaço e dão lugar à transparência, visibilidade e competência.

Na administração pública, em particular, no País e no mundo, há uma revolução em marcha e um sentimento de mudança, apoiados numa lógica política que se encaminha para os resultados, excelência dos serviços públicos, equilíbrio orçamentário, financeiro e gestão eficiente.

Com o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal estabeleceu-se nova consciência no modo de se gerir o dinheiro do contribuinte e na relação do governo com a sociedade. Acima de tudo, generalizou-se firme dever ético de se encaminhar as finanças públicas e os programas de governo de forma equilibrada e real, rejeitando-se os velhos e enraizados modelos de administração, geralmente de base clientelista e de irresponsabilidade fiscal.

Nesse processo de transformação fica suficientemente claro que a informação, no âmbito das organizações em geral, é o grande caminho da modernidade e a base fundamental das exigências da própria cidadania. Está vinculada à velocidade e explosão das comunicações, apresenta-se como paradigma para a disseminação do conhecimento e revela verdadeiro efeito multiplicador no aprendizado e na formação de agentes de mudanças. Acaba sendo recurso imprescindível da gestão governamental.

Na verdade, não há como desconhecer os avanços da tecnologia da informação, internet, mídias interativas e telecomunicações, que encaminham as ações e decisões para um mundo cada vez mais eletrônico e se constituem em eixos representativos da atuação de estruturas administrativas. Por isso, não é mais possível postergar, pois o tempo das opções já se escoou.

Dentro dessa realidade, o Tribunal de Contas do Paraná tem trabalhado, de forma decidida, para garantir a transparência e a visibilidade das contas públicas. Para tanto, treinou intensivamente seus técnicos, aprovou e implantou documentos de controle, capacitou mais de 20 mil agentes públicos, dos municípios e do Estado, tudo dentro dos princípios democráticos da clareza, coerente com a modernidade, inovação e visão estratégica de sua função no conjunto do setor público.

Deveras, a informação passa a ser um dos mais significativos componentes do fluxo operacional, dentro de somatório de fatores onde se incluem processos tecnológicos avançados, equipamentos, qualificação, inclusão digital e infra-estrutura com suporte para escancarar o acesso a dados relevantes.

Daí a significação da recente inclusão da Universidade Eletrônica no projeto de desenvolvimento da função controladora, pela utilização de tecnologias avançadas de mídias interativas, objetivando exatamente aperfeiçoar o alcance da atividade de acompanhamento do processo decisório, difundir mais rapidamente o conhecimento e o aperfeiçoamento dos recursos humanos, contribuir para a melhor estruturação da administração e sedimentação de uma atividade pública competente.

Acima de tudo, busca-se espaço de convergência para a execução de trabalho que promova a educação dos agentes públicos, de todas as latitudes, implante geração de profissionais experientes e bem informados, capazes de refletir, no exercício de suas atividades, a realidade do desenvolvimento.

O Tribunal de Contas está consciente de seu papel e vai ampliar seu trabalho de comunicação com os órgãos fiscalizados, atuando com os modernos recursos das telecomunicações, que propiciarão a democratização da informação e o atingimento de maior contingente de pessoas.

Rafael Iatauro é presidente do Tribunal de Contas do Paraná.

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