Trânsito e quedas são as maiores causas de morte entre idosos,revela pesquisa

Acidentes de trânsito e quedas em geral são as principais causas de mortes de idosos no Brasil. É o que aponta o levantamento realizado pela pesquisadora Cecília Minayo, da Fundação Oswaldo Cruz e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

O trabalho se baseia nos registros do Sistema Único de Saúde (SUS) que indicam a relação entre morte e violência em idosos. Iniciado em 2002, o estudo foi atualizado e apresentado, nesta terça-feira, no Seminário de Enfrentamento à Violência Contra a Pessoa Idosa, promovido pelo Ministério Público do Estado.

O levantamento indica que os dois problemas são também os principais motivos de internação hospitalar. Segundo Cecília Minayo, a situação só pode ser revertida com políticas públicas voltadas para o idoso.

"A política pública vai beneficiar não só os idosos, mas a população como um todo. A internação de um idoso é muito mais cara do que a população em geral. A da população está na média de R$ 500 no SUS, que é pouco, e do idoso chega a mais de R$ 1.000. Então, os custos dos hospitais e os custos sociais crescem", explicou

Cecília Minayo disse que o poder público precisa, além de resolver várias questões, tomar consciência da nova realidade do idoso, com o progressivo envelhecimento da população brasileira. Para ela, o Estatuto do Idoso é "muito bom e precisa ser colocado em prática".

Sobre as quedas, a pesquisadora afirmou que elas estão relacionadas ao trânsito e as calçadas cheias de buracos. "Mas a maioria das quedas que levam tanto à morte como à internação se dão entre o quarto e o banheiro e entre o quarto e a cozinha", explicou.

No caso dos acidentes, a pesquisadora explica que o grande índice de ocorrência está ligado à falta de consciência sobre a situação do idoso que precisa ter garantido o direito de ir e vir. "Ele é mais lento, mais trôpego e freqüentemente usa medicamentos que dificultam, tanto o movimento quanto a visão. E há outras causas, como o transporte público, com motoristas que provocam tombos, que não param nos pontos; isso pode não matar mas provoca sofrimento."

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