Trabalhadores portugueses marcam greve geral para o dia 10/12

O Conselho Nacional da CGTP-Intersindical (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses), principal central sindical do país, escolheu o dia em que se comemora 54 anos da aprovação da Declaração Universal dos Direitos do Homem ? 10 de dezembro ? para a realização de uma greve geral.

Para Ulisses Garrido, da Comissão Executiva da CGTP, a greve do dia 10 visa ao combate ao Código de Trabalho (uma espécie de Reforma Trabalhista) e às políticas sociais e salariais do Executivo. A paralisação envolve também a esfera pública, onde a luta é mais abrangente, incidindo sobre o quadro de excedentes e as reformas dos servidores, cujas regras mudam em janeiro, penalizando a aposentadoria aos 36 anos de serviço.

Sob o lema “Contra o pacote laboral, por políticas salariais e sociais justas”, a convocação da greve recebeu o apoio imediato de partidos da Esquerda portuguesa, como o PCP, e o repúdio das organizações patronais. A UGT, outra central sindical do país, mas bem menos importante que a CGTP, prefere aguardar até o fim da discussão pública (16 de Dezembro), prevendo a realização de uma greve geral em janeiro, caso não haja um recuo por parte do Governo.

“Se as lutas que mantivemos em paralelo com a concertação social em nada resultaram, pois o Governo só admite pequenas alterações, porque haveríamos de esperar mais para a convocação da greve geral?”, ponderou Deolinda Machado, membro da Comissão Executiva da CGTP. Na opinião dela, o tempo de espera por um recuo significativo por parte do Governo está esgotado. A sindicalista informa ainda que apesar da posição vacilante da UGT, outros sindicatos fora da CGTP ? que não quis identificar ? já aderiram à paralisação.

“A desregulamentação total mantém-se e o governo continua firme em manter os seus objetivos. Por isso, não temos outra solução do que começar a preparar a greve geral”, salientou a sindicalista.

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