Trabalhadores da Itaipu entram em greve

Trabalhadores brasileiros da Hidrelétrica Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu, iniciaram uma greve por tempo indeterminado na manhã de hoje (6), pedindo aumento dos valores da participação nos resultados da empresa pagos neste mês. O Sindicato dos Eletricitários promoveu piquete em frente à usina, mas permitiu a entrada de um número suficiente para garantir a geração de energia e a segurança das instalações. Os cerca de 1,5 mil trabalhadores paraguaios – 50% do total da usina – não aderiram ao protesto. Itaipu fornece 25% da energia do Brasil e 90% do suprimento do Paraguai.

De acordo com o presidente do sindicato, Assis Paulo Sepp, a empresa apresentou uma proposta, no dia 27 de abril, de pagar um salário como participação nos resultados, tendo como piso R$ 3 mil líquidos. "Levamos à assembléia e a proposta foi rejeitada", disse Sepp. A contraproposta foi de elevar o mínimo para R$ 3,5 mil e que o cálculo fosse feito sobre o salário integral, de forma que o desconto do Imposto de Renda fosse ressarcido pela empresa. Segundo o sindicato, a média salarial da Itaipu é de R$ 4,2 mil, subindo para R$ 6 mil com os adicionais fixos. "É um salário proporcional ao tamanho e à importância da Itaipu", alegou Sepp.

A direção de Itaipu não aceitou a contraproposta e o impasse levou à greve. De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, a proposta apresentada tem como limite o orçamento cotado em dólar. Em outubro, quando o orçamento foi elaborado, trabalhava-se com uma previsão do dólar em R$ 3,00, mas hoje esse valor está abaixo de R$ 2,50.

De acordo com a assessoria, se fosse atender à reivindicação dos trabalhadores, a empresa precisaria reajustar suas tarifas, o que poderia provocar um efeito cascata de aumentos no preço da energia. A Itaipu entraria com pedido de abusividade da greve, alegando que não houve comunicação com antecedência de 72 horas nem envio de relação dos serviços essenciais a serem mantidos.

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