Técnico judiciário depõe sobre fraude em concursos públicos

O técnico judiciário Aléssio Gomes, acusado de integrar a quadrilha que fraudava
concursos públicos, chegou há pouco à Divisão Especial de Repressão a Crimes
Organizados (Deco), da Polícia Civil. Preso no início da semana, ele se negou a
dar detalhes sobre as fraudes.

De acordo com o diretor da Deco, delegado
Cícero Jairo, a expectativa agora é que ele dê novo depoimento que contribua
para as investigações. Desde o meio-dia, Hélio Ortiz, suposto líder da
quadrilha, presta seu terceiro depoimento no mesmo local. "Se houver
necessidade, faremos uma acareação entre os dois", disse o delegado.

De
acordo com ele, na madrugada de quinta-feira, foi presa uma pessoa envolvida na
quadrilha, indicada por Ortiz. Esta pessoa teria revelado o nome de um segundo
funcionário do Cespe envolvido na fraude de cerca de 10 concursos públicos.

O nome do primeiro funcionário do Cespe, que foi ligado aos crimes,
permanece sob sigilo. Ele foi revelado ao diretor da Deco ontem (26), pelo
procurador-geral da Universidade de Brasília (UnB), José Weber Holanda. Holanda
compareceu à delegacia e disse que o funcionário era terceirizado e trabalhou de
2001 a 2003 na gráfica do Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe).

O Cespe é a instituição ligada à UnB e responsável pela elaboração das
provas dos concursos sob investigação. O nome foi levado à polícia apenas como
um suspeito, segundo o procurador. "Começamos a ligar uma coisa com outra e a
pessoa a que poderíamos chegar foi essa. Passamos o nome à polícia para que se
investigue", explicou o procurador.

Mais de 80 pessoas já foram presas
por participarem ou se beneficiarem do esquema que garantia aprovação em
concursos públicos. As investigações indicam que a quadrilha atuava em vários
estados do país. Ortiz, que seria chefe da quadrilha, é técnico do Tribunal de
Justiça do Distrito Federal (TJDF) e se apresentou à Polícia Civil na última
terça-feira (24).

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