Técnico diz ter vendido informação sigilosa de CPI para o PCC por R$ 200

Brasília ? O ex-funcionário da Câmara dos Deputados Arthur Vinícius da Silva, que era um dos responsáveis pelo som do Congresso, disse ter vendido uma fita com o áudio da sessão do dia 10 da Comissão Parlamentar de Inquérito do Tráfico de Armas para advogados ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

Silva reconheceu, em depoimento à CPI do Tráfico de Armas, ter cometido um "delito grave", mas afirmou ter sido corrompido pelos advogados do PCC em troca de R$ 200. Ele disse que vendeu as informações para os advogados de integrantes do PCC Sérgio Wesley da Cunha, e Maria Cristina de Souza Rachado. Ela representa o líder do PCC Marco Camacho, conhecido como Marcola.

"Não sabia qual era o conteúdo do material. Quando vi no final de semana as ondas de protesto em São Paulo, pensei: ?Será que isso tudo é por causa dessa gravação?? Por isso me coloquei a disposição para colaborar com tudo", disse no depoimento. Ele trabalhava há três anos na Câmara e foi demitido.

Na quarta-feira (10), a CPI ouviu dois responsáveis por investigações sobre o crime organizado: Rui Ferraz, delegado titular do departamento do crime organizado (Deic), e Godofredo Bittencourt, diretor do Deic.

As informações contidas na fita, conforme acredita o presidente da CPI, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), poderiam ter sido um dos componentes que provocaram os ataques em São Paulo nos últimos dias. A reunião foi sigilosa.

Segundo Torgan, até o final do depoimento, os integrantes da CPI devem pedir a prisão dos dois advogados.

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