Tarifas bancárias sobem 384% em cinco anos

De cada 10 tarifas cobradas pelos bancos, 9 tiveram aumento muito acima da inflação nos últimos cinco anos. Na média, somando todas as taxas do sistema financeiro, a alta foi de 384% entre 2001 e 2006. No período, a inflação medida pelo IPCA foi de 50,6%, segundo levantamento feito pelo economista Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

A tarifa que apresentou a maior elevação foi a de depósito em outra agência, cujo preço saltou 2.614%, de R$ 0,07 para R$ 1 90. Há casos extremos em que o aumento atingiu 49.000% (de R$ 0 30 para R$ 150), caso da tarifa de substituição de garantia do Banco do Brasil. "O resultado do trabalho explica, em parte, os lucros recordes dos bancos nos últimos anos", analisa Oliveira.

Segundo ele, os ganhos com prestação de serviço já representam 14% do total de receitas do sistema financeiro ante 9% em 2002. "Enquanto as despesas com pessoal cresceram 48,59% entre 2000 e 2005, as receitas de prestação de serviços avançaram 122,04%", diz, explicando que o crescimento é decorrente da ampliação da base de clientes e da cobrança de serviços antes sem tarifas.

O estudo, coordenado por Oliveira, considerou as tarifas cobradas de pessoa física das 13 principais instituições financeiras do País: Bradesco, Itaú, Unibanco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Nossa Caixa, ABN Amro Real, Banco do Nordeste do Brasil, Santander Banespa, BankBoston, Citibank, HSBC e Safra. O material foi elaborado com dados do Banco Central.

As tarifas mais pesadas para os consumidores são as relacionadas ao crédito. No caso de rescisão contratual (quitação antecipada) a taxa é de R$ 479,35. Em 2001, esse serviço não era cobrado, segundo o estudo. O consumidor que quiser fazer a abertura de crédito pagará, na média do sistema, R$ 367,23. Há cinco anos ele desembolsaria R$ 32,83 – o que representa aumento de 1.018%. A tarifa de uma renegociação de dívida é R$ 239,81 – valor 1.072% superior ao que era cobrado pelos bancos em 2001, de R$ 20,45.

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