Campo Grande (AE) – A Fundação SOS Mata Atlântica realiza no próximo sábado (19) ato ecumênico nas escadarias da Catedral da Sé, no centro de São Paulo, em homenagem ao ambientalista Francisco Anselmo de Barros. O ambientalista morreu no domingo (13), em Campo Grande (MS), depois de atear fogo ao próprio corpo para protestar contra o projeto de lei que tramita na Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul, prevendo a instalação de usinas de álcool e açúcar na bacia do Alto Paraguai, no Pantanal.
Francisco Anselmo de Barros, que era presidente da Fundação para a Conservação da Natureza de Mato Grosso do Sul (Fuconams), participava, no sábado (12), de uma manifestação no centro de Campo Grande contra o projeto, quando praticou o ato. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu 22 horas depois, na Santa Casa da cidade.
Segundo o diretor da Fundação SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, o ato ecumêmico deve reunir cerca de mil pessoas, entre ecologistas e políticos ligados às causas ambientais. Logo após a celebração, marcada para às 13h, deverão ser realizadas manifestações a favor do Pantanal e contra as usinas.
O poeta pantaneiro Manoel de Barros enviou um poema à viúva do ambientalista, Iracema Sampaio, lamentando o ato extremo do amigo. Num dos trechos, Manoel de Barros escreve: "Foi uma imolação pela Pátria que na terra do mensalão destoa". Em outro trecho, acrescenta: "Para mim tem o componente maior do heroísmo. Francelmo o último herói do Brasil".